Advento significa vinda, chegada. No calendário cristão, essa palavra designa o período de quatro semanas que antecede o Natal. O Advento cristão tem dupla conotação, pois prepara o povo de Deus para recordar a vinda do Salvador Jesus, nascido em Belém, e para prenunciar o Seu regresso no Dia do Juízo, como Senhor e Cristo.
Como lembrança, é uma linda festa de aniversário preparada com expectativa e carinho para comemorar o nascimento de Jesus. É ocasião oportuna para contar às novas gerações a maravilhosa história do Natal de Jesus. É também ocasião propícia para recordarmos e aprofundarmos nosso conhecimento sobre esse tão antigo advento, mas acontecimento sempre terno e cheio de novidades.
Como presença, é o tempo para que muitos, que ainda não o fizeram, possam aceitar o convite divino e deixar o Salvador nascer também no seu coração. Para quem já experimentou esse novo nascimento, é ocasião para renovar o compromisso de encarnar o projeto do reino de Deus nos seus quefazeres diários.
Como esperança, o Advento é o convite renovado para que reergamos os olhos e contemplemos, com fé, o horizonte do novo mundo de Deus. Mais do que contemplar em esperança, é‑nos dada a oportunidade de retomarmos o caminho para o encontro com Cristo, sempre com os olhos fixos nas estrelas e os pés firmes na estrada.
O Natal de Jesus tem data marcada na folhinha: é sempre no dia 25 de dezembro; mas o Advento do Cristo é de data incerta e imprevista. Os que abraçam o Cristo optam pelo Deus das surpresas. Nossos condicionamentos passados não nos ajudam a controlar os mistérios divinos. O Deus de Jesus é imprevisível. Com Ele, “nada do que foi será do jeito que já foi um dia”, nem no céu nem na Terra. É por isso que chamamos o Seu reino de “o novo mundo de Deus”.
O texto de Mateus 24:36 nos desafia a fazermos o impossível: esperar o inesperado. “Ninguém sabe nem o dia nem a hora em que estes céu e terra passarão. Nem os anjos do céu sabem disso, tampouco o Filho de Deus o sabe, pois esta é informação confidencial reservada somente ao Pai.” “Por isso,” nos adverte Jesus, “fiquem sempre alertas e vigilantes, pois o Filho do Homem chegará quando vocês menos esperam” (Mt 24:44).
Enquanto isso, façamos nosso trabalho, quer seja nas roças, quer seja nos moinhos da vida, de tal forma que, quando o dia do encontro com Cristo chegar, seja para nós motivo de júbilo e certeza de dever cumprido.
Oremos: Deus inesperado, da justiça e da paz, desperta-nos, neste Advento, do sono e da apatia, da indiferença e da insensibilidade, da negligência do amor e do entorpecimento da esperança. Que possamos abrir os olhos e erguer a cabeça em expectativa esperançosa pelo dia da vinda do Senhor. Amém.
Por Luiz Carlos Ramos, pastor da Igreja Metodista em Pirassununga (SP)