Estamos no meio de um feriado cristão! Sim, é verdade. O carnaval, ou, no original em latim, “carnis vale”, foi estabelecido pela Igreja na Idade Média, como uma data do calendário cristão, um período em que os desejos e prazeres da carne poderiam ser extravasados, pois, a partir da Quarta-Feira de Cinzas, iniciava-se o período de quaresma, os 40 dias de purificação e contrição antes da Páscoa.
O apóstolo Pedro trata da alegria ao escrever suas três cartas com o objetivo de alimentar e fortalecer a fé da igreja. O público em questão é composto principalmente de pagãos convertidos, ou seja, pessoas que passaram boa parte de suas vidas buscando e vivendo uma alegria ilusória e passageira.
É interessante perceber que, tanto para aqueles que podemos chamar de antigos na igreja como para os que tinham acabado de chegar, Pedro vê a necessidade de tratar o tema alegria. Afinal, ser feliz é algo almejado por todas as pessoas, uma felicidade que é construída a partir de muitos momentos de alegria. Mas que alegrias podem nos tornar pessoas verdadeiramente felizes?
Jesus, por meio de seu sacrifício, nos fez com Ele herdeiros. Em Cristo, somos co-herdeiros. Mas que herança é essa? A herança que partilhamos com Jesus consiste num reino que não é constituído nem de comida nem de bebida, mas de justiça, paz e alegria. Não somos proibidos de querer adquirir bens materiais, mas nossa alegria não pode estar fundamentada neles. Nossa alegria está na nossa herança espiritual, a qual já desfrutamos hoje e a teremos em plenitude no céu.
Pedro se preocupa em orientar a comunidade para a qual escreve a não ter uma fé alienada. Ele faz questão de dizer que teremos, sim, lutas que nos deixarão tristes, mesmo que por um breve tempo, mas devemos nos alegrar mesmo assim. Muitas vezes não conseguimos ser felizes, pois deixamos as provações tomarem conta de nossa vida de tal forma que não nos permitimos sonhar com o amanhã e não temos fé suficiente para crer que, apesar da noite de choro, certamente a alegria virá pela manhã.
Pedro diz que não há maior alegria do que a certeza de que somos salvos. Quantas vezes na vida ou durante um único dia pedimos a Deus para ser felizes? Se olharmos para o sacrifício de Jesus Cristo na cruz e o que ele representa, certamente chegaremos à conclusão de que não há alegria maior do que a salvação.
Daqui a dois dias, a alegria de muitas pessoas vai acabar, pois o carnaval vai passar. Mas aqueles que vivem no Senhor terão motivos para permanecer alegres, pois nossa alegria não está nas coisas, no tempo ou nos acontecimentos, mas na obra que Jesus fez por nós. Quando pensamos assim, ser feliz deixa de ser uma utopia e passa a ser uma realidade possível.
Com carinho e estima pastoral,
Pr. Tiago Valentin