Magos saem do Oriente, provavelmente da Pérsia, o berço do esoterismo, para visitar Aquele que nascera: o Senhor do universo. Como souberam? Consultaram os céus e havia algo de diferente, inusitado – uma estrela que brilhava intensamente, como um sinal, apontando para um fato extraordinário. Até mesmo o cosmo apontava para aquele nascimento. O Universo se curvava diante daquele que nasceu para ser o Rei dos Reis.
Deus permitiu que aqueles magos soubessem disso pelas suas ciências e pelas suas crenças. Estes empreendem, então, uma longa, difícil, custosa e perigosa viagem para chegar até o Salvador. Detalhe: Mateus nos fala de “uns magos”, mas não diz exatamente quantos eram.
Havia dentro deles uma grande expectativa e uma preocupação: “onde está o recém-nascido rei dos judeus?”
Pelo caminho encontraram o rei Herodes – o homem que que odiava o Natal – porque via naquela criança uma ameaça ao seu poder. É sempre assim: os poderosos deste mundo temem a Cristo porque sabem que o seu poder será esvaziado, e aquelas coisas que eles dão importância, como a riqueza e a glória humana, serão reduzidos a nada num Reino de justiça e amor.
Mas os magos não deram muita bola para aquele rei, e continuaram sua busca. Há pessoas que para conhecerem a Jesus não passam por grandes provas ou dificuldades e falta muito pouco para elas encontrarem a Deus. Outras são como esses magos, que para chegarem a Jesus precisam empreender um longo caminho, precisam abandonar seus valores e crenças, precisam subjugar seu ego, reconhecer e adorar Aquele que é de fato Rei sobre nossas vidas.
Uma estrela os guiou na noite escura. As estrelas sempre foram guias importantes para os navegadores antigos. Só que aquela não era uma estrela qualquer. Ela era um sinal de Deus que apontava o caminho até Cristo. Silenciosamente ela estava ali brilhando todas as noites naquela longa jornada.
Na noite escura de nossa vida Deus também nos aponta o caminho. O problema é que nessas horas, nós olhamos para “dentro” tentando encontrar respostas. Só que ali dentro reina a confusão, o medo, o desconhecimento. Muita gente se perde porque procura respostas na própria alma adoecida. Que tipo de resposta essa alma poderia dar?
Aprendamos uma coisa – a resposta e o caminho não vêm de dentro. Vem de Deus! Vem do Alto!
Eis uma grande lição: diante da dúvida, diante da dor, diante da noite escura, não olhe para você, não olhe para sua miséria, não olhe para sua confusão, olhe para Aquele que lhe aponta o caminho.
Quando o povo judeu estava sendo mordido por serpentes abrasadoras no deserto, Deus ordenou a Moisés que fizesse uma haste com uma serpente de bronze na ponta. E todos que “olhavam” para ela eram sarados.
A resposta não está em você. Está na cruz! Olhe para a cruz! Está no Alto – olhe para Deus!
Os magos encontraram(*) a Jesus, prostraram-se, o adoraram, e reconheceram ali a presença de um rei. O encontro com a criança mudou tudo na vida daqueles magos. E foram embora, mas não pelo mesmo caminho. Por que? Quem conhece a Cristo não volta a trilhar os mesmos caminhos de antes. Quem conhece a Cristo nunca mais será o mesmo.
Feliz Natal em Cristo!
(*) Não conferem com a bíblia as ilustrações dos magos diante do menino Jesus na manjedoura. Na verdade, quando eles encontraram o menino, já se passara um bom tempo de seu nascimento, e diz o texto bíblico: “Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe” (Mt 2.11). Ou seja, ele já não estava mais na manjedoura.
Pr. Daniel Rocha