Um outro espírito

Porém o meu ser­vo Cale­be, vis­to que nele hou­ve outro espí­ri­to, e per­se­ve­rou em seguir-me, eu o farei entrar a ter­ra que espi­ou, e a sua des­cen­dên­cia a pos­sui­rá” (Núme­ros 14:24).

Josué e Cale­be”, por Nico­las Pous­sin (1664)

E che­gou o fim do ano, tem­po de ser­mos gra­tos por tudo o que des­fru­ta­mos; tem­po de fazer­mos retros­pec­ti­vas e ava­li­ar­mos a nos­sa cami­nha­da nes­te mun­do; tem­po tam­bém de fazer­mos pla­nos para o novo ano que se apre­sen­ta. Mui­tos de nós faze­mos pro­mes­sas, regis­tra­mos inten­tos e escre­ve­mos lis­tas com “que­re­res”. Sonha­mos com o melhor, dese­ja­mos o melhor. Só isso, porém, não é sufi­ci­en­te. Temos a “fal­sa” sen­sa­ção de que o novo ano nos tra­rá mudan­ças ime­di­a­tas e radi­cais. Mas o fato é que o novo ano em si não pode­rá mudar a nos­sa vida nem quem nós somos. Fal­ta-nos enxer­gar que não é o novo ano que muda tudo; o nos­so espí­ri­to e o nos­so posi­ci­o­na­men­to dian­te des­se novo ano é que podem gerar mudan­ças reais em nos­so viver.

Cale­be foi um jovem ser­vo de Deus que viveu qua­ren­ta anos no deser­to; pas­sou sua infân­cia e ado­les­cên­cia naque­le lugar inós­pi­to. Sonhou com a pro­mes­sa fei­ta a Abraão, pro­mes­sa esten­di­da à gera­ção de Moi­sés, líder que ins­pi­rou Cale­be e for­jou seu cará­ter e sua vida. Pas­sa­dos qua­ren­ta anos, um novo ano, uma nova opor­tu­ni­da­de sur­giu quan­do eles se depa­ra­ram com a tão sonha­da ter­ra pro­me­ti­da. Lá esta­va ele, Cale­be, a espi­ar a tal ter­ra, lugar de “lei­te e mel” e fru­tas vis­to­sas aos olhos. Havia, porém, um gran­de pro­ble­ma: era uma ter­ra de gigan­tes! Doze espi­as foram lá. Vol­ta­ram com um rela­tó­rio assom­bro­so. Esque­ce­ram-se das delí­ci­as que lá viram e foca­ram nos gigan­tes e nas pos­sí­veis difi­cul­da­des que nem havi­am pas­sa­do ain­da para lá che­gar. Con­tu­do, dois homens jovens, cora­jo­sos e madu­ros dis­se­ram: “Esse novo ano (novo lugar) é cheio de pos­si­bi­li­da­des! Quan­to aos gigan­tes, pode­mos enfrentá-los!”.

Não nos lem­bra­mos dos nomes dos outros dez espi­as, mas com cer­te­za sabe­mos quem foram Josué e Cale­be. Segun­do o livro bíbli­co de Núme­ros, havia em Cale­be “um outro espí­ri­to”, uma manei­ra dife­ren­te de pen­sar os pro­ble­mas, uma nova for­ma de viver as difi­cul­da­des. Havia em Cale­be uma capa­ci­da­de espi­ri­tu­al e celes­ti­al para per­se­ve­rar. E foi esse outro espí­ri­to e essa per­se­ve­ran­ça que o fize­ram her­dar as delí­ci­as da ter­ra pro­me­ti­da. Cale­be não pen­sou em der­ro­tas, mas sonhou com con­quis­tas. Cale­be poten­ci­a­li­zou sua fé nas pro­mes­sas de Deus e no Seu amor. Cale­be enfren­tou os gigan­tes. Cale­be man­te­ve seu vigor por qua­ren­ta e cin­co anos, até que pisou como vito­ri­o­so sobre a Ter­ra da Promessa.

Pen­san­do em Cale­be como exem­plo, um novo ano está aí baten­do às nos­sas por­tas, um ano de novas pro­mes­sas, de novas pos­si­bi­li­da­des e, com cer­te­za, de novos desa­fi­os. Meu anseio como pas­to­ra é de que tenha­mos “um outro espí­ri­to” ao aden­trar­mos esse novo ano. Que você con­ti­nue sonhan­do e cren­do nas pro­mes­sas de Deus; que você pro­cu­re focar nas “delí­ci­as” da vida para poten­ci­a­li­zar suas for­ças a fim de ven­cer os “gigan­tes” que virão. E, sim, eles virão! Mas você nun­ca esta­rá sozinho(a)! Deus é com você!

Amigos(as) são pre­sen­tes! Famí­lia é dom divi­no! E, uni­dos com espe­ran­ça e per­se­ve­ran­ça, pode­mos nós mes­mos fazer e con­quis­tar um novo tempo!

Feliz ano novo! Feliz espe­ran­ça! Feliz per­se­ve­ran­ça! Feli­zes desa­fi­os novos! Feli­zes novas con­quis­tas! Feliz tem­po em que pode­re­mos fazer o novo de novo, com “um outro espírito”.

Amo a Igre­ja de Jesus e todas as Suas promessas!

Pra. Laura

Pas­to­ra Lau­ra Valentin

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