Neste domingo (6/11), após seis longos meses, a pastora Laura Valentin, minha esposa, está retornando de sua licença-maternidade e reassumindo suas funções na qualidade de pastora coadjutora em nossa comunidade, graças a Deus!
Nós, como família, agradecemos imensamente a Deus pela liderança da nossa igreja, que pronta e voluntariamente concedeu à pastora Laura seis meses de licença, em lugar dos quatro previstos pela lei administrativa da Igreja Metodista. Sem dúvida, esse tempo prolongado foi muito significativo para cada membro da minha família, mas especialmente para a pequena Alice, a maior interessada e beneficiada nesse processo.
No entanto, na posição de marido e pastor titular da igreja, eu não imaginava que seriam tão desafiadores esses seis meses sem minha pastora coadjutora. É fato que nunca desmereci nem desprestigiei o valor e a contribuição da pastora Laura no dia a dia da nossa comunidade, mas o ditado popular se fez verdade em minha vida: passei a dar muito mais valor a ela quando não a tive na ativa em nossa igreja do que quando ela estava atuando normalmente.
Fico me perguntando por que somos assim, por que fazemos assim e por que só damos o devido valor às pessoas quando não podemos contar com elas. A resposta pode vir de diversas direções. Talvez seja por nosso falso e errôneo sentimento de autossuficiência; talvez por conta da nossa falta de empatia, nossa dificuldade de nos colocarmos no lugar do outro para percebermos o valor do seu trabalho, esforço e dedicação; ou talvez seja simplesmente por nossa total insensibilidade de perceber o quanto o outro ou a outra é importante em nossas vidas.
O motivo na verdade não importa muito aqui. O fato é que não dar o devido valor a cada pessoa é e sempre será um erro. Ao contar para Seus discípulos a parábola da ovelha perdida, Jesus afirmou que o pastor se importava tanto com cada ovelha que, mesmo tendo muitas, quando perdia uma delas ele imediatamente ia buscá-la, onde quer que estivesse. Penso que, quando Pedro negou Jesus três vezes e, então, “perdeu” o Mestre, aquele apóstolo medroso finalmente entendeu o valor de Jesus na sua vida.
Contudo, a lógica divina é o inverso da humana. Antes de averiguar nosso valor, Deus decidiu enviar Seu único filho para morrer em nosso lugar. Ou seja, Ele nos valorizou sem considerar se um dia estaríamos perdidos ou não, embora sem Ele sempre estejamos perdidos.
Nosso desafio é entender que não somos capazes de fazer sozinhos todas as coisas e, por isso, precisamos de pessoas ao nosso lado. Quando nos colocamos no lugar do outro, nós nos sensibilizamos com seu esforço, empenho, carinho e cuidado dedicados a nós.
Vamos valorizar hoje nossa esposa ou marido, nossos filhos, nossos pastores, nossos funcionários, nossos amigos, nossos professores e tantas outras pessoas que são importantes para nós e merecem ser valorizadas simplesmente por estarem ao nosso lado, colocadas ali por Deus, para que o Seu amor e o Seu cuidado sejam manifestos a nós.
Pastora Laura, seja bem-vinda de volta à sua igreja!
Rev. Tiago Valentin