Em 24 de maio de 1738, John Wesley, considerado o fundador do movimento metodista, passou por aquilo que foi chamado de “experiência do coração aquecido”. A Igreja Metodista tem essa marca em sua origem: surgiu a partir de uma experiência de avivamento pessoal que posteriormente se tornou coletivo.
Esse avivamento metodista remonta àquilo que ocorreu na festa de Pentecostes, registrada na Bíblia em Atos, capítulo 2, quando a cidade de Jerusalém estava cheia para essa celebração, que ocorre 50 dias depois da Páscoa. Num cenáculo, estavam reunidas 120 pessoas aguardando o cumprimento da promessa que se deu quando o Espírito Santo foi derramado sobre cada um daqueles que estavam ali perseverando.
Muitas foram as consequências da descida do Espírito Santo, entre elas uma mudança de paradigma da prática religiosa das pessoas do primeiro século. A expressão religiosa que se dava no templo estendeu-se para as casas. Com a ação transcendente e consequentemente abrangente do Espírito Santo, o templo deixou de ser o “único” lugar para Deus falar e agir, e as pessoas descobriram que, ao se reunirem em suas casas, podiam desfrutar da presença do Senhor.
Isso nos mostra que as casas, e, portanto, as famílias, passaram a ser, nas palavras do pastor Hernandes Dias Lopes, “um lugar sagrado, uma verdadeira Betel, casa de Deus.[…]. O Pentecostes colocou a religião nos lares”.
A casa, a família, deveria ser um lugar mais do que propício para as manifestações da graça e do poder de Deus. Contudo, só quem vive em família sabe o quanto é desafiador equalizarmos e superarmos todas as demandas próprias do convívio familiar. E a pandemia, para muitas famílias, tem servido como um tempo de reflexão, avaliação e ajustes nos laços e prioridades familiares.
Em 2021, o Senhor nos chamou como comunidade de fé a realinharmos os nossos corações com o d’Ele. Aplicando esse chamado à família, podemos dizer que o coração de Deus não está na qualidade da faxina em casa, não está em quantas horas se gasta no trabalho, não está em quanto dinheiro se traz para casa, não está em sustentar uma imagem de família perfeita; pelo contrário, o desejo de Deus é que valorizemos e priorizemos as vidas. O desejo de Deus é que maridos valorizem suas esposas, que esposas valorizem seus maridos, que pais priorizem seus filhos e que filhos honrem seus pais.
Ao criar o ser humano, Deus já previu a existência da família, dando ao homem e à mulher a ordenança de que de dois se tornassem um (Gn 2:24). Em outras palavras, não cuidar da família é pecado para Deus!
Por isso, clame ao Senhor e permita que Ele, por meio da ação do Espírito Santo, realinhe o seu coração ao d’Ele, pois o coração de Deus está na família e é lá que o seu coração e o meu devem também estar.
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin