Aplaudir é uma das formas mais primitivas de se transmitir aprovação ao ato de alguém ou de um grupo. Os aplausos ganharam seu papel na história no período do Império Romano, quando as palmas eram utilizadas como forma de estímulo por parte da plateia durante os combates entre os gladiadores.
Mais tarde, o aplauso passou a ser muito comum no ambiente das artes cênicas: quando um espetáculo se encerra, a plateia bate palmas para os atores e atrizes de maneira espontânea, indicando que aprovou o espetáculo. É claro que o inverso também pode ser verdadeiro: a ausência de aplausos pode significar desaprovação ao que foi apresentado.
E essa é a grande questão relacionada aos aplausos ou à ausência deles: a aprovação ou não. Quando não somos aplaudidos na vida, entendemos que não estamos sendo aprovados. Às vezes esperamos ouvir o bater de palmas apenas por termos lavado uma louça em casa. Aliás, um “obrigado” já seria muito bom!
Mas o que fazer quando não somos aplaudidos? À luz da Palavra de Deus, podemos pensar em pelo menos dois aspectos. Primeiramente, as Escrituras nos dão conta de que é preciso honrar e reconhecer o valor daqueles a quem devemos honra e reconhecimento. Não há nada de errado nisso; pelo contrário, é justo e natural honrarmos as pessoas pelo seu esforço, por algum trabalho realizado ou simplesmente por serem o que são. Os filhos deveriam honrar seus pais apenas por serem seus pais, por amarem e suprirem todas as necessidades deles; os alunos deveriam honrar seus professores, que se dedicam a lhes transmitir conhecimento e que, na grande maioria das vezes, não fazem isso por um grande salário, mas por amarem a docência. Na igreja, as ovelhas deveriam honrar seus pastores não porque concordem com seus argumentos ou tenham empatia por eles, mas simplesmente porque eles são a autoridade de Deus constituída sobre suas vidas.
O segundo aspecto da Bíblia em relação ao reconhecimento é de que a verdadeira aprovação vem de Deus. Em Isaías 49:4–5, encontramos o seguinte: “Porém eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia o meu direito está perante o Senhor, e o meu galardão perante o meu Deus. E agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó; porém Israel não se deixará ajuntar; contudo aos olhos do Senhor serei glorificado, e o meu Deus será a minha força”. O profeta conscientiza o povo de que o seu galardão e a sua glória viriam de Deus. Em outras palavras, devemos esperar em Deus o verdadeiro reconhecimento. Ainda que não sejamos aplaudidos pelas pessoas, seja por injustiça ou por ingratidão, nossa esperança e fé devem estar naquilo que Deus pensa a nosso respeito. E, se de fato merecermos aplausos, o próprio Deus fará isso, do Seu alto e sublime trono.
Quem busca aplausos deseja, na verdade, ser aprovado pelas pessoas. Seria mesmo muito bom que, nos nossos ambientes de convívio social, pudéssemos espontaneamente reconhecer o valor uns dos outros e honrar a quem é devido. Mas sabemos que nem sempre as pessoas têm a sensibilidade e a humildade de prestar honra ao outro. Por isso, nossa expectativa deve ser totalmente projetada em Deus, pois Ele nunca nos decepciona. Ele sabe qual é o nosso verdadeiro valor e, se for do Seu desejo, seremos sim honrados por Ele.
O mais importante é recebermos os aplausos de Deus, pois, no fim, a opinião que conta e a verdadeira aprovação de que precisamos vêm d’Ele.
Do amigo e pastor,
Pr. Tiago Valentin