“Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro e se estribam em cavalos; que confiam em carros, porque são muitos, e em cavaleiros, porque são mui fortes; mas não atentam para o Santo de Israel, e não buscam ao Senhor!” (Isaías 31:1).
A resposta à pergunta no título desta pastoral determina a nossa qualidade de vida e, mais que isso, determina se vamos viver. Confiança tem a ver com a expectativa, com a esperança que depositamos em alguém, em alguma coisa ou em uma situação. Eis aí o grande perigo. Uma expectativa não correspondida gera uma frustração proporcional ao que se espera. Já a frustração gera abatimento, desânimo, tristeza, e para alguns pode ser o “gatilho” que desencadeia um processo depressivo ou autodestrutivo.
Não podemos eliminar de nossas vidas a confiança. Ela é um sentimento básico para estabelecermos as mais variadas relações, ou seja, precisamos confiar em algo ou em alguém; a questão é em que ou em quem estamos confiando.
Algumas pessoas, por terem se frustrado confiando na “coisa errada”, como mecanismo de defesa passaram a confiar apenas nelas mesmas. Isso pode ser tão danoso e, no meu ponto de vista, ainda mais perigoso do que confiar em coisas externas. O perigo reside em dois fatos: primeiro, como seres humanos que somos estamos suscetíveis a muitas variações internas e externas que influenciam diretamente nossa capacidade de permanecermos constantes em um propósito. Por isso, ainda que queiramos não somos capazes de corresponder a todas as nossas expectativas sobre nós mesmos. Ao depositarmos toda nossa confiança em nós mesmos, colocamos um fardo e um jugo sobre nós que é impossível suportar.
O segundo perigo é nos tornarmos pessoas extremamente prepotentes. O excesso de autoconfiança elimina de nossas vidas a ideia de que precisamos de ajuda, de que sem o “outro” nada fica tão bom. A infalibilidade é repelente. Sim, ninguém gosta de conviver com pessoas prepotentes, que sabem mais do que todos, que fazem melhor do que todos. Na verdade, pessoas assim são bem chatas!
Não estou dizendo que não temos que acreditar no nosso potencial nem estou fazendo uma apologia à baixa autoestima, que pode nos levar a incorrer em outra armadilha, que é o vitimismo ou a mediocridade. O que estou querendo é convidar você a depositar sua confiança na coisa ou, no caso, na pessoa certa. O apóstolo Paulo afirmou que podia todas as coisas; ou seja, ele tinha clareza do seu potencial, sabia de sua capacidade de realização. Contudo, sua declaração não acaba assim. Ele afirma: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4:13). Sim, Paulo sentia que podia tudo, mas sua força, sua capacidade, sua confiança vinham de Deus.
Por isso a expressão de Paulo é tão forte e decidida: “Tudo posso”. Mas ele pode tudo no Senhor, e isso é maravilhoso. Todos nós podemos tomar posse dessa palavra, aplicá-la e vivê-la em nosso dia a dia. Imagine as possibilidades, as alternativas, o alcance, a dimensão do que você pode fazer no Senhor!
Estou dizendo que nossa confiança deve estar em Deus. Faço a você mais uma pergunta: qual é o limite do que Deus pode fazer? Pois é, esse limite não existe. E, se nossa confiança está nesse Deus, podemos sonhar, podemos planejar, podemos almejar e, se os nossos planos estão em conformidade com a vontade d’Ele, nós podemos todas as coisas. Dinheiro, tempo, disposição, oportunidade, seja o que for, tudo está nas mãos do Senhor. Se confiarmos n’Ele, tudo o que precisamos para realizar todas as coisas que desejamos serão geradas por Ele.
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin