“A Parábola do Semeador”,
por Thomas Bertram Poole
A resposta ao título desta pastoral parece óbvia para muitos que dizem que a missão de nossa igreja é falar de Jesus aos que não O conhecem. Contudo, o anúncio de Cristo, ou evangelização, é apenas um aspecto da nossa missão, embora fundamental e imprescindível.
Segundo o documento Plano para Vida e Missão, produzido pelo Concílio Geral da Igreja Metodista em 1989, “missão é a construção do reino de Deus, sob o poder do Espírito Santo, pela ação da comunidade cristã e de pessoas, visando o surgimento da nova vida trazida por Jesus Cristo para renovação do ser humano e das estruturas sociais, marcados pelos sinais de morte”. Sim, essa é a nossa missão!
Hoje, quando se fala de missão no contexto das igrejas evangélicas, na maioria das vezes faz-se a associação com evangelismo. Para muitas igrejas, fazer missão é apenas enviar alguém para o Oriente Médio ou para a África a fim de pregar o nome de Jesus. Para outras tantas pessoas, autodenominar-se missionário(a) é o suficiente. E muitos exercem essa missão limitando-se a um estúdio de televisão ou às quatro paredes de um templo.
Biblicamente, missão é consolidar o reino de Deus no mundo, e é isso que afirma a Igreja Metodista. Quando falamos em missão, estamos nos referindo à missão de Deus no mundo, ou seja, a implantação do Seu reino. A inauguração ou instauração desse projeto divino se dá por meio da vinda de Cristo, que revela em Seu ministério e em Seu sacrifício a vontade do Pai. Missão é todo esforço em prol da concretização e do estabelecimento pleno do reino de Deus na Terra.
A igreja participa dessa missão e cresce em santificação quando produz atos de piedade e obras de misericórdia. Os atos de piedade são, principalmente, o culto a Deus e o cultivo da piedade pessoal e comunitária. Assim, a igreja participa da missão e cresce quando cultua a Deus no oferecimento de nós mesmos, em comunidade, na adoração, no louvor, na confissão, na afirmação da fé, na consagração e no compartilhar de nossas experiências e dons.
Já as obras de misericórdia são o trabalho que valoriza e realiza a pessoa enquanto constrói, em amor e justiça, a nova comunidade e o reino de Deus. A missão acontece na promoção da vida. Para que haja vida, são necessários comunhão e reconciliação com Deus e com o próximo, direito à terra, habitação e alimentação, valorização da família e dos marginalizados da família, saúde, educação, lazer, participação na vida comunitária, política e artística, e preservação da natureza.
A missão é, portanto, a razão de ser da igreja. A igreja não tem que ter uma vocação ou perfil missionário, pois cumprir a missão é intrínseco à própria existência da igreja.
Que possamos, individualmente e como comunidade, empregar todos os esforços possíveis para que o reino de Deus seja uma realidade em casa, no local de estudo ou de trabalho, dentro da igreja e, especialmente, em todas as esferas fora dela.
Lembre-se de orar por todos os irmãos e irmãs que estão em missão esta semana no Projeto Missionário “Uma Semana para Jesus”.
Do amigo e pastor,
Tiago Valentin