“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).
Os cristãos deste século têm o privilégio de se deparar com uma gama de informações decorrentes do avanço tecnológico e das ideias difundidas por vários pensadores que permitem o aprofundamento da história bíblica, tanto no campo historiográfico propriamente dito quanto na arqueologia. Podemos até visualizar determinados acontecimentos reproduzidos pela mídia com a máxima proximidade do modo como foram vivenciados na época.
Essa riqueza de conhecimentos que temos às mãos atualmente é tão certa quanto a desvalorização do ápice da mensagem de Cristo durante Seu ministério entre os povos. Jesus percorreu cidades, encontrou pessoas de culturas diferentes, operou milagres, ressuscitou mortos, declarou o Seu Reino e realizou tantos outros feitos com tal simplicidade e profundidade que foi capaz de transformar a vida de homens humildes a ponto de torná-los agentes de influência e transformação em outras vidas. E, a partir desse movimento, ainda hoje damos crédito ao Evangelho que eles pregaram. É possível apontar a desvalorização da mensagem de Jesus quando, conscientes de Seu percurso de morte e ressurreição, desconsideramos Seu sofrimento e Sua dor na cruz, bem como Seu poder de gerar transformação em outras vidas.
O valor da mensagem de Jesus precisa necessariamente passar pela cruz. Temos de lidar com as dores e sofrimentos que nos levam à morte para ressuscitar após cada dificuldade com uma nova perspectiva de vida e esperança de um futuro glorioso. A cruz é o caminho que conduz a uma morte terrena e, contraditoriamente, nos leva a uma vida de glória eterna, na presença do Pai.
Na nossa lida diária diante dos nossos desafios, quanto temos valorizado a cruz? Quanto temos repensado nossas dificuldades em favor do merecimento da vida eterna? É incrível como nos deparamos com palavras proféticas de impacto na geração atual, nos movimentos que exaltam o mover do Espírito Santo, nos eventos e ajuntamentos da “galera gospel”, mas em nada disso a mensagem da cruz é minimamente expressa no seu real sentido: a vida ressurreta para a eternidade!
Precisamos nos preocupar com o fim verdadeiro para o qual Jesus pregou Seu Reino: acolher os que estão necessitados, doentes, mortos em vida, sem esperança nem perspectiva de uma vida melhor, e juntarmo-nos a eles, carregando a cruz que nos pertence e validando o esforço de Jesus em tornar possível a salvação para cada um de nós. Sem a morte na cruz, não haveria o milagre da ressurreição. Sem valorizar a cruz e permanecer no caminho, não há salvação.
A igreja carece de quem pode e quer chegar aos céus levando consigo todo aquele por quem Cristo morreu. A sociedade na qual estamos inseridos precisa abrir os olhos e descobrir que mais importante do que ter bênçãos é viver a bênção da eternidade ao lado do nosso Pai, o Criador. A vida eterna é o presente mais valioso que cada um de nós pode receber.
Vamos, sim, realizar ajuntamentos, liberar palavras proféticas e exaltar o poder do Espírito Santo na árdua e maravilhosa tarefa que nos conduz à vida eterna. Precisamos lembrar que fomos chamados para a salvação e, o mais importante, que é de graça! Não merecíamos, mas podemos desfrutar desse privilégio!
Pra. acadêmica Michelly Ferreira