É incrível observarmos a evolução humana, tecnológica, econômica e política e, ainda assim, nos depararmos com um quadro de fome que atinge uma boa parcela da população mundial; chega a ser incompreensível. Nessa mesma perspectiva, também nos deparamos com pessoas que, ao mesmo tempo em que estão rodeadas de outras socialmente, sentem-se sozinhas e excluídas, vivenciando uma solidão e um vazio dos prazeres da vida: alegria, paz, comunhão, amor…
O nosso dia a dia gera em nós anseios, inseguranças, preocupações e incertezas que verdadeiramente nos colocam à margem de uma vida abundante. Essa realidade de fome, solidão e até mesmo medo nos lembra a morte de Lázaro. Este episódio conseguiu fazer cair lágrimas dos olhos de Jesus; havia ali a ausência da vida e a presença da tristeza causada pela morte. Contudo, a presença dAquele que confessou ser o “Pão da Vida” (Jo 6.35) pôde transformar o choro em alegria, e a morte em vida.
A mesma situação e sentimentos experimentados com a morte de Lázaro nos rodeiam, não só na existência da fome por falta de alimentos que nos sustentam em vida, mas também na forma das nossas necessidades espirituais. Precisamos de um alimento que nos garanta a vida eterna; sem o sustento de uma vida espiritual saudável não poderemos permanecer firmes até o dia da nossa ressurreição em Cristo.
O único meio para que Lázaro pudesse vivenciar uma nova vida era através da presença de Jesus, o que já preparava aquele povo para a grande revelação do seu poder como Messias: a ressurreição.
Assim somos nós, que buscamos viver bem alimentados a fim de mantermos uma vida fundamentada nas promessas de Deus. Uma vida abundante só pode existir se houver alegria, paz, comunhão, amor, confiança, esperança e certeza de que o único meio para nos abstermos de uma vida de morte é nos alimentarmos do Pão da Vida, Jesus.
Hoje, ter o privilégio de nos achegarmos até a mesa do Senhor e nos servimos da Santa Ceia é exemplo de vida sem morte, aquela morte gerada pelo pecado e pelo impacto do mundo que nos afasta da comunhão com Deus, e nos influencia a sermos individualistas e preocupados somente com o tempo presente e com suas ofertas de coisas passageiras.
Buscamos, enquanto cristãos, algo duradouro, que permaneça para sempre e faça com que a vida prevaleça sobre a morte, e só podemos encontrar o sustento para tal em Jesus Cristo. Servir-se da ceia do Senhor é confirmar que aceitamos sua morte e ressurreição, que acreditamos que o seu sacrifício na cruz é o caminho para vencermos as adversidades da vida, que seu corpo e sangue representam a vida que nos sustenta em meio ao mundo escuro e de morte.
Todos nós somos convidados a nos achegarmos à mesa da Santa Ceia. Todos nós somos chamados a revermos a nossa condição de morte espiritual causada pelo pecado, nos arrependermos e buscarmos o caminho, a verdade e a vida que é Jesus!
A atual situação mundial de fome e morte pode ser superada pela presença do Cristo ressurreto em nossas vidas. Podemos nos alimentar e nos achegar a Ele e então sermos fonte de alimento para aqueles que ainda não puderam experimentar o Pão da Vida! O nosso alvo é a eternidade ao lado do Cordeiro de Deus, que tem preparado para nós um lugar ao lado do Pai.
“Este é o pão que desceu do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é minha carne” (Jo 6.50–51).
Que todos nós possamos nos achegar, ter comunhão e sermos alimentados pela certeza da vida abundante e eterna!
Sem. Michelly Oliveira