Para uns, “Deus” é uma energia emanada do cosmo, e basta você procurar os lugares e objetos de emanação para ficar cheio “Dele”. Para outros, “Deus” é toda a natureza, e em algumas religiões ele é adorado nos animais. Os gregos tinham um panteão de “deuses” e para não ofender a nenhum que porventura tivessem esquecido, criaram um altar a um “deus desconhecido” (At 17.23). Por conta dos meios de comunicação, tem crescido entre nossa gente a idéia de que “Deus” é uma espécie de gênio da lâmpada, desejoso de satisfazer nossos pedidos.
Diante de tantos entendimentos contraditórios, é bom saber de que “deus” se está falando. Hoje há “deus” para todos os gostos. Esses deuses não me interessam, e nada tem a ver com o Deus das Escrituras. Explico:
Não posso crer num “deus” que é só uma força impessoal que emite seus raios de algum lugar do Universo. Também não sou “panteísta” (crença de que tudo é Deus), que confunde o Criador com a criatura.
Eu não creria num Deus passivo, previsível, enquadrado, e que aceitasse barganhas dos fiéis toda vez que ouvisse o tilintar de moedas caindo no gazofilácio. Não poderia crer jamais num Deus “pau mandado” que obedecesse a comandos de homens que “determinam” o que Ele precisa fazer.
Duvidaria sim, de um Deus que esquecesse milhões de famélicos descalços no Haiti para abençoar uma elite de fiéis com um carro novo e reluzente, só porque lhe fizeram alguma espécie de sacrifício.
O Deus que eu deposito minha fé não faz milagres à “baciada” nem freqüenta os programas de TV que levam o Seu Nome.
O Deus que eu confio não é um produto exposto nas prateleiras, ao qual se pega para resolver algumas questões mais urgentes, como se fosse um talismã. Ao contrário, Ele deseja ser conhecido pelos que o buscam com infinita paixão e amam a Sua Palavra.
Creio num Deus que surpreende. Ele se permite encontrar em meio aos louvores, nas preces, e nas reuniões que fazemos em seu Nome, mas é impossível tentar retê-lo aos quadrantes do templo. Seu Espírito é livre, e por isso se dá a conhecer também nos lugares mais improváveis. Querer vê-Lo apenas na igreja é fechar os olhos à Sua presença na vida.
O Deus que eu amo e prego atrai as pessoas por sua benevolência, pois “é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento”
(Rm 2.4). Ele tem sua morada na luz, mas pode se ocultar na escuridão, anda em meio à tempestade, afofa a cama do doente, e me diz que mesmo em meio às mais difíceis circunstâncias Ele tem o mundo em Suas mãos. Aprendi, com o tempo, a aceitar que Ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e cair a chuva sobre quem merece e sobre quem não merece. Aliás, ninguém é merecedor, simplesmente Deus é bom, e isso independe de nossas ações.
Deposito a fé num Deus capaz de reverter os maus desígnios do Adversário, transformando o mal em bem, pois “nenhum dos seus planos pode ser frustrado” (Jó 42.2). Descanso na certeza que Ele anula todas as maldições imprecadas contra mim, e que não prevalece feitiço ou encantamento contra ninguém do seu povo (Nm 23.23).
Temo a um Deus que relativiza os diagnósticos médicos. Para Ele é indiferente se os exames dizem que se trata de um mal curável ou incurável, pois o Senhor do Universo está acima das categorias de “possível” ou “impossível” dos homens, simplesmente porque nada lhe é difícil.
Sirvo a um Deus infinitamente maior que Aquele pregado pela igreja católica, pelos ortodoxos, protestantes ou pentecostais, simplesmente porque nenhum sistema religioso tem o pleno conhecimento de Sua mente, de Seus mistérios e de Sua Sabedoria, e nenhum grupo ou igreja possui a primazia do Seu Nome. Mesmo que insistam que possuem!
Pr. Daniel Rocha