O sacrifício de Cristo na cruz do Calvário trouxe para todos que creem no amor de Deus muitas consequências e benefícios, entre os quais o perdão dos pecados, a salvação, a vida eterna e a convicção de que nada pode nos separar do amor de Deus. Além disso tudo, por meio de Cristo passamos a ser um só com o Senhor, pois uma aliança foi firmada entre Deus e a humanidade.
No Antigo Testamento, encontram-se alguns relatos de alianças entre homens e entre nações. Invariavelmente, tais alianças geraram algum tipo de desvio ou desajuste com a vontade de Deus. O próprio Senhor estabeleceu aliança com Noé (Gn 9:8–16), com Abraão (Gn 12:1–3), com Israel (Êx 19:5), com Davi (Sl 89:3–4), com Salomão (II Cr7:11–22), e muitos outros renovaram essa aliança, como Josué (Js 24:14–25). Mas o povo sempre quebrou sua parte nas alianças com Deus. Todas essas antigas alianças foram feitas, de um lado, por Deus, que é eterno e perfeito, e, de outro, por homens que são falhos e efêmeros.
Então Deus decidiu estabelecer uma nova aliança, que jamais pudesse ser quebrada. Isso só foi possível por meio do próprio Deus encarnando-se em forma humana, na pessoa de Jesus Cristo. Desse modo, a aliança feita em Jesus é totalmente perfeita, eterna e não pode ser quebrada, pois não foi estabelecida com um homem, que tem falhas ou pecados, mas com o puro e imaculado sangue de Jesus (Hb 9:14).
Damos muito valor para quem é do nosso sangue. Ficamos chateados e tristes quando algo de ruim acontece com alguém de quem gostamos, mas quando é uma pessoa do nosso sangue, da nossa família, algo diferente acontece dentro de nós. Nosso senso de justiça é aguçado e defendemos com todo afinco aquele parente que está passando por alguma dificuldade. Assim é o Senhor para conosco, pois Ele é nosso Pai e Jesus é nosso irmão mais velho. Somos todos filhos de um único Pai e corre em nossas veias o sangue d’Aquele que nos tornou um só com Ele.
Jesus, em Sua última ceia, pegou um cálice de vinho e disse que aquele líquido simbolizava Seu sangue. É interessante perceber que o vinho nem é citado no texto bíblico, mas podemos subentender que era esse o conteúdo do cálice de que a Bíblia fala, já que Jesus se refere ao fruto da vinha. Sangue, naquele contexto, simbolizava vida. Portanto, Jesus estava dizendo que a aliança seria firmada sobre algo muito precioso: Sua própria vida. Somente o sangue de Jesus, vertido na cruz, poderia desfazer o jugo do pecado e da morte que estava sobre a humanidade.
Infelizmente, cada vez mais vemos as pessoas desfazendo diversos tipos de aliança com muita facilidade. O divórcio, por exemplo, tem se tornado a primeira alternativa para os casais que estão em crise. Trocar de igreja é o caminho mais curto para quem não tem coragem de ficar para mudar o que acha necessário e ajudar os outros a mudarem. E há quem abandone uma carreira ou os estudos simplesmente por estar entediado. A lista é longa, mas há uma única verdade nisso tudo: o conceito de compromisso está sendo radicalmente relativizado.
Por isso, mais do que nunca temos de olhar para a obra de Deus realizada por meio de Jesus. O Senhor firmou um compromisso, chamado de aliança, que é eterno. Em nosso tempo, quase tudo é descartável e passageiro, mas as coisas de Deus são únicas e eternas. Só somos capazes de permanecer, de manter compromissos, quando estamos firmes em Deus.
Aliançado com Deus,
Pr. Tiago Valentin