Assim diz a canção cristã: “Preciosa graça de Jesus perdido me encontrou/Estando cego me fez ver, da morte me livrou”. Essa música foi composta provavelmente em 1772, por John Newton, um ex-traficante de escravos que, ao passar por uma terrível tempestade em alto mar, recorreu a Deus e foi salvo. Depois dessa experiência, tornou-se cristão e compôs, sobre uma melodia de origem africana, um dos mais conhecidos hinos entoados por cristãos e cristãs ao redor do mundo – Amazing Grace (Maravilhosa Graça).
Mas como poderia alguém, tendo uma prática tão repugnante como o tráfico de escravos, converter-se e ainda tornar-se um compositor de músicas que falam de Deus? A resposta é simples e profunda: a Graça.
A Graça de Deus aos olhos humanos é maravilhosa e louca. A loucura, ou falta de senso, é algo inerente ao cristianismo. Definitivamente, Jesus não pregava aquilo que era o senso comum. Para os romanos que viviam no primeiro século da era cristã, dizer que um “deus” havia tomado a forma humana para morrer em lugar dos seres humanos era considerado uma grande falta de senso. Mas é isso que a Palavra de Deus categoricamente nos afirma: “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1 Co 1:18).
A Graça de Deus não está presa à nossa lógica nem à justiça humana. Ela alcança desde o mais puro dos homens até um traficante de seres humanos. A Graça libertadora e regeneradora de Deus pode transformar qualquer pessoa, independentemente do que ela tenha feito ou deixado de fazer. Loucura? Sim, aos nossos olhos, mas, para Deus, um simples gesto de amor.
Por isso a tal Graça é maravilhosa e excede a compreensão humana! Quem seria capaz de abrir mão de seu filho em favor de pessoas que a princípio não merecem tal sacrifício? Somente Deus é capaz de amar santos e pecadores com a mesma intensidade, de tal maneira que enviou Seu unigênito filho para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).
Por mais louco que isso possa parecer, Deus ama a todos e todas com a mesma intensidade, independentemente de classe social, raça, condição civil, intelectual ou moral; independentemente até mesmo da crença das pessoas. Deus ama a vida humana acima de tudo. E essa maravilhosa Graça está disponível hoje para todos e todas, até a eternidade.
Com carinho e estima pastoral,
Rev. Tiago Valentin