A Bíblia nos relata as experiências e as peculiaridades de diversas famílias. Algumas características são comuns a todas. Primeiro, nenhuma delas era perfeita. Segundo, todas elas contavam com a presença de uma mãe. Neste Dia das Mães, quero convidá-lo(a) a dar uma olhada em algumas famílias e, em particular, em determinadas mães, a fim de extrairmos algumas lições para nossa vida hoje.
A primeira mãe registrada na Bíblia é Eva. Não nos é revelado como ela educou seus filhos. Quando Caim e Abel são citados, ao que tudo indica já estavam na sua vida adulta. E essa mãe passou por um drama familiar dos mais penosos: ver um filho matar o outro. É possível imaginar que Caim e Abel foram criados da mesma maneira e tiveram os mesmos cuidados, mas chegou um momento da história em que eles fizeram suas próprias escolhas e tiveram de arcar com as consequências disso. No caso, Caim matou Abel, e essa definitivamente não foi uma escolha de sua mãe. Ainda que tentemos dedicar a nossos filhos e filhas o mesmo amor e formação, chegará um momento de suas vidas em que eles farão suas escolhas e serão integralmente responsáveis por elas.
Outra figura bíblica que podemos destacar é Joquebede, mãe de Moisés. O que dizer do nível de confiança dessa mulher em Deus? Ao colocar o bebezinho Moisés num cesto e deixar o rio levá-lo, Joquebede confiou somente em Deus. Algo dentro dela lhe dizia que o Senhor protegeria seu filhinho. Mas, como toda mãe sábia e precavida, mandou que Miriã, irmã de Moisés, vigiasse o cesto na beira do rio, não porque não confiasse em Deus, mas porque alguém precisava testemunhar o socorro e a provisão de Deus. Quem entrega seus filhos nas mãos de Deus sempre terá testemunhos para contar!
Rebeca, mãe de Esaú e Jacó, foi uma heroína. Aliás, toda mãe de gêmeos deveria ser considerada uma heroína! O contexto familiar era um tanto quanto conturbado. Por falta de sabedoria, Isaque, seu marido, tratava com predileção a Esaú. Isso gerava em Rebeca indignação, e ela, como mãe, tentava equilibrar as coisas. O episódio crucial dessa família foi quando Rebeca ajudou Jacó a enganar seu pai, usurpando a primogenitura de Esaú, que tinha esse direito por ter saído primeiro do seu ventre. Por vezes tentamos poupar nossos(as) filhos(as) de algumas situações que consideramos injustas ou negativas para eles(as). Contudo, há certas situações em que, se tentamos dar um “jeitinho”, estamos mais atrapalhando do que ajudando. Ao privarmos nossos filhos de certas situações e experiências, nós os fragilizamos e os incapacitamos para enfrentar as lutas inevitáveis da vida.
E o que dizer de Maria, mãe de Jesus, com um coração dividido cheio de orgulho e de dor? Fico me perguntando se existe dor maior do que a que Maria passou ao ver seu filho sendo injustamente preso e sentenciado à morte, não sem antes ser terrivelmente torturado, humilhado e abandonado pelos amigos. Ele teve de cruzar a cidade carregando uma cruz e ficar horas pendurado nela até morrer asfixiado. Pensem na dor dessa mãe e, ao mesmo tempo, tentem imaginar o tamanho do orgulho que ela teve ao ver seu filho sendo obediente ao Pai até o fim. Sim, Jesus passou por tudo o que passou porque Ele nos amou e por ser obediente à vontade do Pai. Nossa maior satisfação e orgulho como pais e mães deveria ser ver nossos filhos e filhas tendo uma vida de obediência completa e total ao Senhor. Pois quem obedece ao Pai é honrado por Ele. Maria chorou amargamente durante três dias, mas, naquele domingo, ela pôde abraçar orgulhosamente seu filho vivo.
Mamães, que vocês possam continuar a nos ensinar muitas e importantes lições para a vida. Feliz Dia das Mães!
Do amigo a pastor
Tiago Valentin