“Em seguida Jesus fez esta comparação: ‘Vejam o exemplo da figueira ou de qualquer outra árvore. Quando vocês veem que as suas folhas começam a brotar, vocês já sabem que está chegando o verão. Assim também, quando virem acontecer aquelas coisas, fiquem sabendo que o Novo Mundo de Deus está para chegar. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas essas coisas aconteçam. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para sempre’” (Lc 21.25–32).
No pomar de casa, há alguns pés de figo. Como as parreiras, as figueiras também requerem podas radicais para produzirem melhor. Por essa razão, durante a maior parte do ano essas plantas não apresentam folhas. Mas, quando chega a época propícia, brotam vigorosos ramos, logo vêm novas folhas e a planta está pronta para produzir seus deliciosos frutos. Da mesma forma que a primavera sabe que é hora de chegar quando as pitangueiras ficam salpicadas de vermelho, o verão sabe que é a sua vez quando vê as figueiras com seus tenros ramos e sente o aroma de suas perfumadas folhas verdes.
Diz-se que, quando um tuaregue vai socorrer alguém que encontra desfalecido e desidratado no deserto, antes de oferecer-lhe água, coloca sobre seus lábios um figo maduro. A umidade doce da fruta reanima o moribundo e lhe dá as forças mínimas necessárias para que possa tomar seu primeiro gole d’água.
Por essas e outras razões, as figueiras são árvores sacramentais. São sinal visível de coisas invisíveis. Não se conformam nem se recolhem à sua insignificância. Transcendem. Apontam para além de si mesmas. Anunciam o futuro. Advento: poema anunciando o verão…
“Estação da Luz”, de Alceu Valença
Lá vem chegando o verão
No trem da estação da Luz
É um pintor passageiro
Colorindo o mundo inteiro
Derramando seus azuis
Lá vem chegando o verão
No trem da estação da Luz
Com seu fogo de janeiro
Colorindo o mundo inteiro
Derramando seus azuis
Pintor chamado verão
Tão nobre é sua aquarela
Papoulas vermelhas
A rosa amarela
O verde dos mares
Me faz bem moreno para os olhos dela.
O Advento é aquela sensação de esperançosa expectativa. Porque a esperança é tudo que precisamos para enfrentar o desespero nosso de cada dia. É a força que nos tira das trevas e nos conduz para a luz do Natal, o nascimento do Eterno.
Advento é um castiçal cujas velas reacendem nossa esperança, por nos lembrar que Deus nos visitou ontem em Belém, visita-nos hoje no coração e há de tornar a nos visitar definitivamente em breve, da maneira mais inusitada e imprevista, no Novo Mundo de Deus.
São quatro estrelas discretas que apontam para o esplêndido Sol da Justiça: o majestoso Sol do Verão!
Por Luiz Carlos Ramos, pastor da Igreja Metodista em Pirassununga (SP)