Estamos iniciando hoje (4/2) um novo período eclesiástico, e o Colégio Episcopal da Igreja Metodista nos propõe a seguinte temática para este tempo: “Discípulos e discípulas nos caminhos da missão servem com integridade”. O conceito de integridade é a diretriz central para a nossa denominação e, consequentemente, para a nossa igreja local.
Esse tema foi desenvolvido numa carta pastoral publicada pelos bispos e bispas metodistas. Nesse documento, somos convidados a refletir sobre o quanto a ação da igreja tem sido legítima nos locais em que ela está. Tomando como base Mateus 6, os(as) bispos(as) nos indicam que, ainda que a igreja atue com toda a excelência possível em todas as suas frentes de trabalho, se esse trabalho não vier acompanhado de integridade nosso testemunho será vazio e incoerente.
Integridade não pode ser confundida com perfeição, pelo contrário. Segundo reflexão da Bispa Hideide Brito Torres, presidente da 8ª Região Eclesiástica, a base de uma vida íntegra está na capacidade de se arrepender; e só se arrepende quem cometeu algum erro. Integridade tem a ver com verdade, e não com ausência de erro. Ao sermos verdadeiros com as pessoas, reconhecemos nossas limitações e, se esse reconhecimento vem acompanhado de arrependimento, somos libertos e tratados. O que o mundo espera da igreja é que ela seja capaz de fazer uma análise de sua caminhada e, quando se equivocar, que seja capaz de arrepender-se. Não há nada mais cristão do que isso; não há nada mais coerente do que isso.
Integridade é a qualidade daquilo que é por inteiro; somos íntegros quando nos apresentamos por inteiro, quando revelamos corajosamente a face oculta da nossa vida que ainda precisa ser convertida. Estamos em ano eleitoral e quem sabe este deva ser um dos principais quesitos para definir nossos candidatos: homens e mulheres que sejam íntegros. Alguém pode pensar que encontrar um político que fale a verdade seja uma utopia, mas será que não é por termos deixado de acreditar em utopias que as coisas estão indo tão mal?
Integridade não é aquilo que está num documento escrito por um bispo; integridade não é comparecer a um evento na igreja; integridade não se alcança com uma “oração forte”; integridade é, ao mesmo tempo, nosso caminho e nosso destino. Nosso parâmetro de integridade é Jesus, Ele é o nosso alvo e é para Ele que caminhamos. Mas é no caminho que somos testados, tentados e provados nas mais diversas áreas da nossa vida e é nesses momentos que devemos escolher ser de Cristo por inteiro.
Que individualmente possamos buscar viver uma vida íntegra, para assim podermos nos tornar uma comunidade íntegra!
Concluo utilizando o trecho final da carta pastoral do Colégio Episcopal: “A tarefa do seu ministério é clara para você. Quem é do louvor canta ou toca, ministrando a adoração a Deus. Quem é da ação social define projetos, ações e eventos para ajudar pessoas nas mais diversas necessidades. Quem prega dirige a Palavra de Deus de modo que o povo entenda. Quem dança traz a arte para levar as pessoas a uma experiência com Deus. Quem ornamenta o templo utiliza-se da beleza dos objetos e das cores para ensinar ao povo os tempos e as épocas litúrgicas. Sua tarefa e como exercê-la não são o problema central. Qualquer curso, capacitação ou evento em sua igreja pode lhe dar as ferramentas práticas de que necessita para isso. Porém, a integridade é uma experiência que precisamos ter com o Espírito Santo, para não sermos pegos(as) fazendo as coisas ‘como os fariseus hipócritas’”.
Forte abraço,
Tiago Valentin, pastor