“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Tessalonicenses 5:18).
Na última quinta-feira (22/11), celebramos o Dia de Ação de Graças. A primeira comemoração dessa festa na história foi na cidade de Plymouth, em Massachusetts (EUA), pelos colonos que fundaram a vila em 1620. Depois de péssimas colheitas e de um inverno rigoroso, os colonos tiveram uma boa safra de milho no verão de 1621. Por ordem do governador da vila, em homenagem ao progresso dessa colheita em relação às dos anos anteriores, uma festividade foi marcada no início do outono de 1621 para dar graças a Deus pela abundância daquele ano. E assim criou-se a tradição de reservar uma data para agradecer a Deus por todas as Suas bênçãos. Em 1863, Abraham Lincoln, então presidente dos EUA, instituiu a quarta quinta-feira de novembro para a festividade.
Para nós, metodistas, essa celebração ganhou novos contornos: além de agradecermos a Deus por tudo o que Ele tem feito por nós, dispomo-nos a abençoar outras vidas, tendo em vista que o Senhor já nos tem abençoado.
A gratidão é um tema amplamente abordado na Palavra de Deus, e o apóstolo Paulo propõe um desafio de extrema grandeza: “Em tudo, dai graças”, ou seja, devemos agradecer a Deus por todas as coisas. O exercício que fazemos no Dia de Ação de Graças é muito valioso e necessário para nossa caminhada de fé. Muitas vezes não temos tempo, discernimento ou disposição para parar e reconhecer tantas coisas boas que o Senhor nos tem oferecido e permitido vivenciar. Se fôssemos contabilizar quanto tempo gastamos reclamando da vida, das coisas, das pessoas, de tudo, e quanto tempo investimos reconhecendo as bênçãos de Deus e agradecendo por elas, perceberíamos que há um grande desequilíbrio, tendendo para a murmuração. Aqui cabe fazer um esclarecimento importante: murmurar é reclamar sem esperança e sem confiança de que Deus pode mudar qualquer situação; lamentar é apresentar a Deus nossas lutas e dificuldades crendo que Ele está no controle de tudo e pode reverter qualquer quadro.
Mas Paulo não desafia a igreja em Tessalônica e a todos nós a agradecer apenas o que vivemos de bom em nossa vida, mas a agradecer por tudo. E, quando dizemos “tudo”, devemos incluir as coisas que nos desagradam. Eis aí o grande desafio: agradecer a Deus inclusive pelas lutas que passamos. O que o apóstolo propõe não é um masoquismo religioso, pelo qual deveríamos agradecer, por exemplo, por estar enfermo, por perder alguém ou por ficar desempregado; o ato de agradecer a Deus pelas coisas desagradáveis deve ser no sentido de que, “apesar delas”, cremos que Deus está conosco, cuidando das nossas vidas e no controle de todas as circunstâncias. Ou seja, agradecemos a Deus por saber que Ele sempre está ao nosso lado: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo” (Sl 23:4a); agradecemos a Ele porque compreendemos que todas as situações que passamos, boas ou ruins, são para a nossa edificação: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28a).
Do amigo e pastor,
Rev. Tiago Valentin