Para muitos, elas atrapalham o culto, tumultuam o ambiente e não entendem nada do que está acontecendo. Quem pensa assim acha que o melhor seria que as crianças nem fossem para a igreja ou, se tivessem de ir, que ficassem escondidinhas, reclusas em uma “salinha” fazendo um “cultinho”.
Mas, se essa pessoa fosse a uma igreja que não tivesse nenhuma criança, ou apenas uma ou duas, logo chegaria às seguintes conclusões: primeiramente, aquele culto estaria incompleto, pois as crianças têm seu lugar e papel assegurados no reino de Deus; em segundo lugar, aquela igreja certamente estaria com seu futuro profundamente comprometido, sem a perspectiva de novas gerações. Por isso, devemos dar graças a Deus pelas vidas preciosas das crianças que fazem parte da nossa comunidade de fé.
É certo que o convívio de diferentes gerações nem sempre é muito fácil, mas não existe nada mais importante para a caminhada de uma igreja do que a tolerância entre as gerações que dela fazem parte. Isso indica que uma comunidade de fé deve ser inclusiva e que, para sua perpetuação ao longo do tempo, os mais jovens precisam relacionar-se bem com os mais velhos, a fim de que princípios, valores e práticas sejam transmitidos de uma geração para outra.
Desejamos que nossa igreja seja um espaço em que as crianças se sintam bem e tenham garantido seu direito de participar e de se expressar. Certamente precisamos evoluir muito no que diz respeito às oportunidades que as crianças devem ter, mas sentimos que estamos no caminho certo.
Quando olhamos para o ministério terreno de Jesus, percebemos, conforme relatado nos evangelhos, que as crianças, ou “os pequeninos”, como Ele gostava de chamá-las, tinham um espaço privilegiado em Sua vida.
O episódio mais emblemático de todos certamente é o debate entre os discípulos sobre quem dentre eles seria o maior no reino dos céus
(Mt 18:1–11). Para responder, Jesus chama uma criança, coloca‑a no meio deles e diz: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus”. Quando Jesus coloca a criança “no meio deles”, Ele está dizendo que elas não devem ficar à margem, excluídas na periferia da vida, mas sim estar no centro da comunidade, recebendo atenção e proteção, para que, além de tudo, possam servir de parâmetro para quem quer ter o privilégio de entrar no reino dos céus.
Que cada um de nós e a igreja como um todo entendamos a orientação do Mestre. As crianças devem ter um lugar privilegiado na igreja, sendo protegidas e orientadas no caminho em que devem andar. Assim elas nos ajudarão a ser pessoas melhores e com maior simplicidade, humildade e pureza de coração.
Agradecemos a Deus pela vida das nossas crianças e clamamos para que Ele não permita que sejamos pedra de tropeço para nenhuma delas.
De uma criança crescida,
Pr. Tiago Valentin