Faça sua lição de casa

Levan­ta-te, pois esta cou­sa é de tua incum­bên­cia, e nós sere­mos con­ti­go; sê for­te e age” (Ed 10.4).

Há mui­ta gen­te recla­man­do ou mur­mu­ran­do de tudo – da vida, do côn­ju­ge, do patrão, da igre­ja, da deno­mi­na­ção, do pas­tor, do gover­no, e até de Deus. Mas pro­va­vel­men­te não está fazen­do a sua pró­pria lição de casa.

Mui­tos pais que hoje cho­ram a rebel­dia dos filhos, não pres­ta­ram aten­ção aos pri­mei­ros sinais de pro­ble­ma, não per­gun­ta­ram onde iam, não o admo­es­ta­ram quan­do pre­ci­sa­va faze-lo, não elo­gi­a­ram quan­do eles ven­ce­ram eta­pas da vida, e à seme­lhan­ça de Ado­ni­as, filho de Davi, “jamais seu pai o con­tra­ri­ou, dizen­do: por que pro­ce­des assim?” (1Rs1.6).

Belas his­tó­ri­as de amor aca­ba­ram tris­te­men­te, não por­que um ter­cei­ro se interpôs na rela­ção ou por­que se tra­ta­va de pai­xão juve­nil, mas por­que no decor­rer dos anos mui­ta “lição de casa” dei­xou de ser fei­ta pelo casal. A bên­ção dos pais e a bên­ção divi­na não geram feli­ci­da­de auto­má­ti­ca na cerimô­nia de união.

Há cer­tas res­pon­sa­bi­li­da­des que não dá pra fugir e não dá para jogar pra Deus. Ou faze­mos ou não será fei­to. Quan­do a nação de Isra­el havia afrou­xa­do de seu zelo para com Javé, Esdras foi ins­ta­do a agir e mudar a situ­a­ção, pois até então esta­va pros­tra­do dian­te do tem­plo oran­do e cho­ran­do os peca­dos do povo. Veio Seca­ni­as e disse-lhe:

- “Levan­ta-te, pois esta cou­sa é de tua incum­bên­cia, e nós sere­mos con­ti­go; sê for­te e age” (Esdras 10.4).

Por vezes vejo pes­so­as com os joe­lhos cale­ja­dos de mui­ta ora­ção e nenhu­ma ati­tu­de. Qua­se é pos­sí­vel ouvir Deus sus­sur­rar-lhes: “Filho, che­ga! Eu ouvi a tua ora­ção, e o aben­ço­ei, ago­ra tão somen­te vá e faça o que pre­ci­sa ser feito!”.

Uma doen­ça matrei­ra e silen­ci­o­sa que emper­ra as ini­ci­a­ti­vas sau­dá­veis cha­ma-se pro­cras­ti­na­ção. No popu­lar, é o “empur­rar com a bar­ri­ga”, é o adi­a­men­to con­tí­nuo e sis­te­má­ti­co das ações que pre­ci­sam ser colo­ca­das em prá­ti­ca, geran­do um ser pas­si­vo e relu­tan­te. A bíblia jamais esti­mu­lou a pas­si­vi­da­de, ao contrário:

Tudo quan­to te vier à mão para fazer, faze‑o con­for­me as tuas for­ças” (Ecle­si­as­tes 9.10).

Tra­ba­lhe como se tudo depen­des­se de você, e ore como tudo só depen­des­se de Deus. Des­can­sar no Senhor é uma agra­dá­vel expe­ri­ên­cia que só pode ser alcan­ça­da por quem exau­riu suas for­ças no cum­pri­men­to de suas obrigações.

Todos temos nos­sa lição de casa. Faze-la não garan­te que tudo dará cer­to para nós, pois sem­pre há fato­res aos quais não con­tro­la­mos. Mas rea­li­zar aqui­lo que nos com­pe­te nos con­fe­re uma sen­sa­ção pra­ze­ro­sa de que temos res­pon­sa­bi­li­da­de pela nos­sa vida, e dei­xar de fazer é uma omis­são que gera pes­ti­lên­cia e mor­te. Como nos ensi­na o poeta…

Não coma a vida com gar­fo e faca.

Lam­bu­ze-se!

Mui­ta gen­te guar­da a vida para o futuro.

Se você não a viver, ela se deteriorará.

É por isso que tan­tas pes­so­as se sen­tem embo­lo­ra­das na meia-idade.

Elas guar­dam a vida,

não se entre­gam ao amor,

ao tra­ba­lho,

não ousam,

não vão em frente.

(Mário Quin­ta­na)

Aca­be de ler esse tex­to, levan­te-se e vá fazer o que é de sua incumbência.

Pr. Daniel Rocha

Pr. Dani­el Rocha

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