Talvez você já tenha passado por isso ou tenha ouvido a história de alguém que, ao fazer uma compra ou uma refeição num restaurante, incomodou-se com algo e imediatamente pediu para falar com o gerente. Por quê? Porque é ele quem pode resolver o problema.
E na sua vida, com quem você fala para resolver seu problema? Todos nós temos lutas e desafios, queremos abrir nosso coração, desabafar ou simplesmente criticar, colocando para fora aquilo que está nos incomodando. Para isso, sempre procuramos alguém com quem falar, e é aí que mora o perigo. Precisamos saber com quem falar.
Geralmente reclamamos e dizemos um monte de coisas para o vendedor ou para o garçom, mas eles pouco ou quase nada podem fazer para nos ajudar. Aliás, o que ouvimos muitas vezes é: “OK. Vou chamar o gerente para falar com você!”.
Na vida não é diferente. Se não falarmos com a pessoa certa, não conseguiremos resolver nosso problema e só vamos protelar sua solução. Por isso, o mais correto é, antes de tudo, conversarmos com o gerente da nossa vida, que é Jesus. Precisamos urgentemente nos disciplinar para falar, em primeiro lugar, com aquele que tudo pode, que está em todos os lugares e sabe de todas as coisas: o nosso Deus.
Não existe melhor lugar para desabafar e abrir o coração do que aos pés do Senhor. Muitas vezes ficamos nos debatendo com nossas angústias e chateações e não as apresentamos a quem pode nos orientar e nos ajudar a saná-las. Na igreja, isso também costuma acontecer com frequência. As críticas, reclamações e sugestões são feitas para muitas pessoas, mas quem mais pode ajudar a resolver não é procurado: o pastor ou a pastora. Ouvimos então: “Foi só um comentário”; “Ah, eu não estou chateado, mas sabe como é, né?”; “Eu só falei porque não estava concordando”.
Vale ressaltar, mais uma vez, que os pastores estão sempre abertos a críticas e observações sobre o trabalho na igreja. Aliás, quem realmente ama a obra de Deus e quer o seu melhor, ao ver algo errado, deve procurar imediatamente o pastor ou a pastora, pois eles têm uma visão geral da igreja e podem, na maioria das vezes, contribuir para a solução do problema.
Outro esclarecimento importante é que tudo o que é dito ao pastor ou à pastora nunca é considerado fofoca, mesmo que envolva outra pessoa. Fofoca é quando eu falo para o garçom que o outro garçom está me servindo mal. Não adianta depois falar que foi apenas um comentário. Se foi feito com a pessoa inadequada, é fofoca e pecado.
A igreja não é perfeita porque somos parte dela. Todos nós temos defeitos que precisam ser diariamente expostos a Deus para que Ele nos molde de acordo com a Sua vontade. Contudo, desejamos que nossa igreja seja de fato uma noiva sem mácula e perfeita aos olhos de Deus. Para isso, temos de trabalhar e nos esforçar para que nossa comunidade caminhe dentro do querer do Senhor. E a responsabilidade pelas correções de percurso é de todos que fazem parte da igreja, e não apenas dos pastores, que também precisam ser ajudados nesse processo.
Quando as informações não chegam ou chegam tardiamente, com certeza a comida não vai melhorar, o serviço deixará a desejar, o banheiro não será limpo… E seremos apenas um botequim de esquina e nunca um restaurante de qualidade.
Nunca deixe de indicar o que acha que não está bom, mas procure a pessoa certa para fazer sua reclamação. Antes de tudo, procure o dono do restaurante, o Senhor da Igreja: Jesus.
Do amigo e garçom,
Pr. Tiago Valentin