Dizer que ainda somos muito novos para nos envolver com a obra de Deus é uma das muitas desculpas que podemos dar para não trabalhar. No segundo domingo de setembro, a Igreja Metodista comemora o Dia do Juvenil, que compreende as idades de 12 a 17 anos. É uma ótima fase da vida para nos engajarmos com a obra de Deus, pois geralmente o juvenil ainda tem um ritmo de vida sem muitas exigências ou cobranças, o que lhe possibilita maior envolvimento com a igreja.
Infelizmente, muitos juvenis acham que, por sua pouca idade, não estão aptos ou preparados para assumir responsabilidades na igreja, o que não é verdade. Haja vista que a própria igreja permite e incentiva a existência do grupo societário dos juvenis um espaço para acolher o juvenil e lhe dar condições para, dentro de sua realidade etária, contribuir para o Reino.
Lamentavelmente, o que muitos juvenis fazem é colocar sua pouca idade como empecilho, o que também é comum entre os mais velhos. Só que, neste caso, o “empecilho” não é a idade, mas falta de tempo, excesso de compromissos, falta de dinheiro, falta de experiência e tantos outros subterfúgios usados como barreiras para impedi-los de trabalhar.
Uma coisa é certa: todos(as) devem e podem trabalhar na igreja. A doutrina metodista diz que somos uma comunidade de dons e ministérios e Deus concede dons a todos(as) para que possam exercê-los nas diferentes áreas da igreja. No nosso entendimento, a verdadeira questão é saber o que é prioridade para nós.
A palavra de Deus é muito clara quando, em Mateus 6, Jesus nos alerta a colocar o Reino de Deus e sua justiça em primeiro lugar. Uma vez que priorizamos o serviço a Deus, que inclusive vai além da igreja, Ele só requer de nós uma única coisa: disposição. Foi assim quando o Senhor chamou Josué para liderar seu povo: “Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel” (Js. 1. 2).
Não queremos aqui desmerecer nossos afazeres nem minimizar a vida corrida que todos têm. Contudo, Deus nos deu capacidade e liberdade de fazer escolhas. Somos o que somos e estamos onde estamos em grande parte por conta das nossas escolhas. Portanto, cabe a cada um analisar qual tem sido seu envolvimento com a obra de Deus, e não ficar colocando empecilhos que para Deus não querem dizer muita coisa, pois Ele não procura pessoas desocupadas. Pelo contrário, Deus conta especialmente com aqueles que levam a vida a sério. Temos um ótimo exemplo nos pescadores que se tornaram discípulos de Cristo. Eles estavam trabalhando duro, tinham muito a fazer, mas foram convidados por Jesus para segui-Lo. Não precisamos abandonar nosso trabalho, família ou vida. O que devemos fazer, sim, é seguir a Cristo em primeiro lugar.
A começar pelos juvenis, que possamos ter a convicção de que Deus quer nos usar em sua obra e que nada pode impedir o que Ele quer fazer em nós e por meio de nós, a não ser nossa falta de disposição. “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti” (Is. 60.1).
Com carinho e estima pastoral,
Pr. Tiago Valentin