No segundo domingo de dezembro, comemoramos o Dia da Bíblia, um dia de gratidão pelo acesso que podemos ter à Palavra de Deus, pela qual somos alimentados, fortalecidos e capacitados. É também uma rica oportunidade para testemunharmos o poder que há nas Escrituras.
Simultaneamente, estamos no tempo de Advento, um tempo de expectativa e preparo para celebramos mais um Natal, rememorando o nascimento do Salvador e todos os efeitos concretos que tal fato gera em nossas vidas. O Dia da Bíblia e o Advento têm a mesma intenção: sinalizar a esperança no nome de Jesus.
Vivemos também em nossa igreja um tempo de resgate da visão bíblica e cristã do discipulado, em que cada um de nós traz a consciência de que somos discípulos(as) de Jesus, chamados para fazer outros(as) discípulos(as) para Ele. Somando todos esses fatores, podemos perguntar: estamos anunciando a Palavra de Deus e dizendo que há esperança quando caminhamos lado a lado com Jesus nosso Mestre? É muito importante ressaltar que não estamos tratando especificamente de fazer uma pregação, mas de viver a Palavra, mesmo sem usar palavras!
Uma das imagens associadas a Jesus é a do cordeiro que é sacrificado. O prenúncio de Isaías nos diz o seguinte: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53.7). João Batista confirma que Jesus era o Cordeiro de Deus: “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29). A profecia e a testificação se concretizaram na vida de Jesus: “E de muitos modos o interrogava; Jesus, porém, nada lhe respondia.” (Lc 23.9).
O grande destaque que fazemos destes textos é que o Cordeiro de Deus foi moído e nada respondia a esse respeito. E o que isso tem a ver com Dia da Bíblia, Advento e discipulado? Tudo! Muitas vezes ficamos ansiosos e amedrontados diante do desafio de pregar a Palavra. Contudo, vemos que Jesus, no momento mais culminante da Sua vida, não abriu a boca. Isso porque suas atitudes falavam tudo.
Neste tempo de Advento, somos chamados a discipular testemunhando nossa fé em Jesus com atitudes práticas. E isso não requer necessariamente o uso de palavras. Uma postura coerente com o Evangelho será capaz de sinalizar que Jesus nasceu para nós e pode nascer no coração de quem necessita de esperança. Não precisamos ficar ansiosos para falar nem tampouco temer se conseguiremos dizer alguma coisa. Viver o Evangelho será o suficiente.
Que o Espírito Santo de Deus nos direcione e nos capacite para sermos instrumentos da Sua cura e libertação. Anuncie, proclame, testemunhe a Bíblia mesmo sem abrir a boca, como um discípulo que sabe que Jesus já veio e continuará a nos visitar todos os dias.
Do amigo e pastor,
Pr. Tiago Valentin