Texto básico: Joel 2:12–27
No ano de 2012, li no site de Renê Terra Nova um artigo que me chamou a atenção. Baseado no livro de Joel, o autor trata de cinco atitudes no nosso desenvolvimento sacerdotal.
Podemos cair no erro de pensar que sacerdotes são apenas os pastores e as pastoras de nossa igreja. Isso é uma verdade, porém incompleta! Em Apocalipse 1:6 e em 1 Pedro 2:9, fica claro que, biblicamente, todos nós somos sacerdotes e sacerdotisas do nosso Deus e Pai. Uns, sacerdotes por ofício; outros, sacerdotes de coração. O sacerdócio por ofício é exercido por aqueles(as) nomeados(as) após uma faculdade de teologia; já o sacerdócio de coração cabe àqueles(as) nomeados pelo próprio Deus; enquanto um é por vocação, o outro é por opção.
Compartilho a seguir três das cinco atitudes mencionadas no artigo que nos ajudarão a assumir como igreja nosso papel sacerdotal ou, como o descreveu Martinho Lutero, o “sacerdócio universal de todos os crentes”.
Como cristãos e sacerdotes, tudo que falamos se torna matriz. Tudo que falamos se torna exemplo. Tudo que falamos se torna modelo. Por isso, é tempo de consolidar as gerações. Você não é uma pessoa comum. Você é matriz, exemplo e modelo! Você é um líder que sabe viver em quebrantamento, andar em arrependimento e ter unção para gerar um poderoso avivamento. Tudo isso lhe dá o direito de consolidar gerações que tocarão as nações.
1. Quebrantamento. O quebrantamento deve fazer parte da nossa vida. Entrar em quebrantamento é estar em avivamento, é manter acesa a tocha que não pode ser transferida, porque Deus a confiou a nós. E sabemos que Ele a transfere se nossa liderança for reprovada. O sim de Deus é o sim que nos interessa. Não adianta ter o sim dos homens e ter o não de Deus. Se nossa liderança tiver o sim dos homens, mas não tiver o sim do Trono, estamos perdidos.
Por meio do quebrantamento, continuaremos tocando o Brasil e as nações da Terra, se o Senhor assim nos permitir. Fazemos parte de um Reino no qual recebemos muito de Deus, e o que recebemos deve ser compartilhado. Como líderes, filhos e servos do Eterno, não podemos nos esquecer jamais de que a força e o poder que temos ou pensamos ter, que adquirimos ou pensamos adquirir, não são nossos, são de Deus. Os dons, os talentos, a unção, nada disso é nosso, tudo é de Deus. Tudo é d’Ele e para Ele deve ser devolvido, porque d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas (Ro 11:36).
Jesus disse que tudo o que tinha não era d’Ele, mas que do Alto havia recebido. Toda boa dádiva, todo dom perfeito vem do Pai das Luzes, onde não há mudança ou sombra alguma de variação (Tg 1:17). Se alguém quer algo, deve olhar para o Alto, porque tudo procede do Alto, do Pai. Até nossos bens materiais são do Pai. As mensagens que pregamos são do Pai. Tudo é d’Ele, verdadeiramente. E, por tudo que temos recebido da parte do Pai e pela doce comunhão que temos com o Espírito Santo, devemos ser quebrantados, reconhecendo o que Ele fez, faz e fará em nossas vidas.
2. Arrependimento. O que Deus mostra é que tudo que acontece no planeta para atrair as Suas novidades depende de arrependimento. O arrependimento é um marco profético. Deus marca um novo tempo pelo arrependimento. Tudo que acontecerá daqui para a frente e que atrairá o novo de Deus será por arrependimento.
Um grande mover da parte do Eterno vem e será sobrenatural, algo que mudará os céus das nações. Mas só virá pelo mover de arrependimento. Os maridos precisam chorar pelas ruas e lugares da cidade. As mulheres precisam voltar a ser quebrantadas. Famílias, jovens e crianças, todos crerão que Deus realizou algo novo nas suas vidas. Um mover de avivamento por intermédio do arrependimento (Jl 2).
Nada se move na Terra sem ter o arrependimento por princípio. Deus não move nada no planeta sem que antes encontre homens arrependidos, quebrantados, que voltem a chorar no altar, na presença do Senhor. Joel 2 narra que virá sobre o planeta um grande arrependimento e até a criança que mama fará um jejum para o Eterno. Esse será um tempo de arrependimento, no qual a carne não mais regerá a Terra.
Todos cumprirão o propósito central de Deus, sem permitir que alguma intervenção roube a glória que será instalada sobre o povo. Será algo lindo e maravilhoso da parte de Deus. Antes, porém, os homens de Deus precisam aprender a chorar entre o alpendre e o altar. E isso deve acontecer antes na vida dos sacerdotes. Para vir o avivamento, estes devem chorar primeiro, porque são os gestores do arrependimento.
Os sacerdotes levam o povo a chorar. Eles devem ser o modelo e o exemplo em tudo. Por isso, a Bíblia em Joel diz que o arrependimento deve começar com o sacerdote. O sacerdote se acostuma com a presença de Deus. E, quando um sacerdote se acostuma com a presença de Deus, a unção dele é removida. A presença de Deus não pode ser um costume para sacerdotes, mas deve ser um prazer.
Há pessoas que já se acostumaram com a presença de Deus e não se quebrantam mais, não conhecem mais a rota do arrependimento. Se você não se quebranta e não se arrepende, Deus o(a) quebra. Não há como resistir à presença de Deus. Quebrantados e arrependidos, tocaremos um povo para o novo de Deus. Multidões se renderão na presença do Senhor a partir da nossa vida e, por onde passarmos, a glória de Deus se manifestará. Porém, para isso acontecer, o que está atrapalhando o quebrantamento, o mover de Deus e o arrependimento tem que morrer dentro de nós.
3. Unção. Dentro da unção e do sobrenatural de Deus, precisamos recuperar o que foi perdido, pois perdemos muito da essência. E, neste tempo, Deus vai nos restituir. Restituição é uma palavra-chave para entrarmos nas novidades de Deus. A unção nos respalda. A unção é o poder de Deus em nós. Se estivermos quebrantados e arrependidos, Deus vai nos restituir dos anos que foram consumidos, comidos, engolidos pelo gafanhoto, cortador, devorador, migrador, destruidor, a praga e o pulgão, e o espírito de embriaguez que veio sobre o sacerdote. A Bíblia diz que o espírito de embriaguez será removido para começar o tempo da restituição. E isso acontecerá pela unção que sobre nós será derramada da parte do Pai.
Deus pegará o exército da maldade e afogará no mar da iniquidade e trará o sobrenatural d’Ele; o manto, a unção e a verdade do Reino serão instalados em nossa vida. Começaremos, então, a ver a essência do Reino fluindo em nós de forma poderosa e sobrenatural.
Não temos capacidade para fazer o que estamos fazendo. Não somos as pessoas ideais para realizar o que estamos realizando, mas Deus, na Sua infinita misericórdia, elegeu-nos. Por Ele ter confiado em nós, podemos realizar todas essas coisas. Não pelo nosso dom pessoal, talento ou capacidade, mas tão somente porque o Eterno fez algo na nossa direção. Ele veio em nosso socorro e mostrou que, apesar de nós, Ele é Deus e continuará fazendo algo muito maior, porque Aquele que começou a boa obra irá completá-la até o dia de Cristo Jesus (Fp 1:6).
Assim como indicado nas três atitudes acima mencionadas, que nunca nos falte o quebrantamento, o arrependimento e a unção de Deus no desenvolvimento e na manifestação do nosso sacerdócio, para que as pessoas desta geração vejam em nós Jesus Cristo, nosso Supremo Sacerdote!
No texto de Joel, sacerdotes eram apenas os da tribo de Levi; hoje, essa missão é atribuída a toda a igreja. Que nossa igreja assuma o papel sacerdotal de apresentar um sacrifício vivo e agradável a Deus em favor desta geração.
(O artigo de Renê Terra Nova encontrava-se, em 2012, no site do Ministério Internacional da Restauração (www.mir12.com.br). Atualmente a íntegra do texto está disponível em: https://ibancacoal.wordpress.com/.)
Pr. Israel Rocha
Maravilho texto!