Confraternização: uma das bênçãos do PG
Nesta última abordagem das bênçãos decorrentes do PG, vamos falar de confraternização. Este quarto elemento diz respeito à nossa condição humana: as pessoas precisam relacionar-se e fazê-lo com graça e leveza. Jesus ia às festas de Seu tempo (Jo 2:1–11), tinha amigos e frequentava suas casas (Jo 11:1–45) e comia nas casas das pessoas (Lc 24:41–43). Seus discípulos, da mesma forma, estabeleciam relacionamentos fraternos que exaltavam a identidade cristã e vínculos que eram a marca de uma igreja nascente e acolhedora (At 2:42–47). Quando o teólogo e filósofo francês Pierre Teilhard de Chardin disse a célebre frase “Nenhum homem é uma ilha”, ele quis mostrar que o ser humano não consegue viver isoladamente e que cada um precisa dos outros para subsistir. Isso é muito mais verdadeiro para nós cristãos.
Viver em sociedade é próprio da humanidade e marca determinante do cristianismo. O cristianismo é uma religião grupal, que se reflete nas camadas populares e trabalha como fermento para conduzir os indivíduos ao desenvolvimento pessoal e coletivo. Nos PGs, conseguimos dar vazão a essa necessidade humana de relacionar-se e fazê-lo com criatividade. Os PGs se constituem num ambiente agradável, onde cada integrante se sente bem e deseja retornar sempre.
Nos PGs, “podem faltar os cânticos”, mas não podem faltar os biscoitos e o chá. Isso significa que a espiritualidade também acontece naquilo que aparentemente é carnal, material ou secular, seja qual for o jargão “evangeliquês” que se use para designar tal assertiva. Isso porque a presença de Deus e Seu Espírito consolador, conciliador, agregador e abençoador pode, muitas vezes, se fazer sentir mais num gostoso bate-papo acolhedor pós-estudo bíblico do que num cântico desafinado e despropositado de reunião evangélica formal. (Até porque “não saber cantar”, “não saber tocar” e “não possuir instrumentos musicais” têm sido desculpas muito corriqueiras para não se colocar na linha de frente do cumprimento da missão evangélica da anunciação do Cristo.)
Não se assuste com esta expressão! Não estou descartando o louvor como elemento bem-vindo à adoração. Só estou advogando a necessidade de tocar sensivelmente as carências totais do indivíduo, promovendo sua aceitação e integração por meio da linguagem universal da confraternização proporcionada por um lanche despretensioso. O louvor, em nossa estratégia de trabalho, sempre tem lugar nobre nas celebrações que fazemos na igreja.
Que a graça permanente do Filho, o amor incondicional do Pai e a presença aliançadora do Espírito nos acompanhem sempre e nos levem ao crescimento espiritual por meio dos PGs.
Do amigo e pastor,
Pr. Tiago Valentin