Hoje, 50 dias depois da Páscoa, celebramos, no calendário cristão, o Dia de Pentecostes. No judaísmo, comemorava-se nessa data o sucesso pela colheita anual. Mas, com Jesus, esse dia passou a ser associado ao cumprimento da promessa da vinda do Consolador. Após 50 dias da ressurreição de Cristo, os discípulos reunidos em Jerusalém aguardavam o cumprimento dessa promessa, enquanto ocorria a festa de Pentecostes. Eles oravam num cenáculo quando o Espírito Santo se manifestou. Línguas de fogo pousaram sobre suas cabeças e eles começaram a falar em outras línguas. Depois desse episódio, a Igreja ganhou um grande impulso e passou a exercer seu papel profético no mundo de maneira efetiva.
Em outra ocasião relatada na Bíblia, Jesus compara o Espírito Santo com o vento. Isso acontece quando Ele está dialogando com Nicodemos (Jo 3). Nas palavras do Mestre: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (Jo 3:8). No contexto, Jesus quer deixar claro que a ação do Espírito não pode ser conduzida, prevista ou planejada; a vontade de Deus, que se materializa por meio da ação do Espírito, é livre.
Que ventos têm soprado em nossas vidas? No nosso país, o que temos visto são ventos tortuosos e carregados soprando na economia e na política nacional. E, quando parece que a tempestade está passando, o raio cai duas vezes no mesmo lugar. Só no Brasil mesmo! Esses ventos castigam a todos, mas especialmente os mais carentes, os mais necessitados e os mais fragilizados da sociedade.
Precisamos de um vento que seja impetuoso, um vento que sacuda, um vento que limpe nossa nação. Precisamos de uma intervenção sobrenatural que convença homens e mulheres do pecado da ganância, da corrupção, da mentira. E só há uma pessoa que pode fazer isso: o Espírito Santo de Deus! Ele não está condicionado a nenhuma ideologia social ou partidária, mas à valorização da vida em detrimento de tudo. Seu critério de atuação é apenas um: a verdade, a verdade que liberta, a verdade que convence do juízo e do pecado.
Talvez estejamos precisando refletir e agir a partir da proposta de John Wesley, que, cheio da unção e da inspiração do Espírito Santo, disse na Inglaterra do século XVIII: “O povo chamado metodista está comprometido em reformar a nação, particularmente a igreja, e espalhar a santidade bíblica sobre toda a Terra”.
Em tempos nos quais se fala tanto de reformas, creio que a mais urgente e significativa de todas seja a reforma de caráter. E isso começa dentro da igreja. Somos chamados a buscar e dar liberdade ao Espírito para que Ele nos conduza conforme desejar, rumo à vontade de Deus. Precisamos individualmente, como comunidade e como nação de um avivamento genuíno e urgente, no qual os bons ventos do Espírito nos santifiquem e nos capacitem para sermos voz profética neste mundo caótico.
Do amigo e pastor,
Rev. Tiago Valentin