“Quando Jesus estava saindo do pátio do Templo, um discípulo disse: ‘Mestre, veja que pedras e edifícios impressionantes!’. Jesus respondeu: ‘Você está vendo estes enormes edifícios? Pois aqui não ficará uma pedra em cima da outra; tudo será destruído!’. Jesus estava sentado no monte das Oliveiras, olhando para o Templo, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular: ‘Conte para nós quando é que isso vai acontecer. Que sinal haverá para mostrar quando é que todas essas coisas vão começar?’. Então Jesus começou a ensiná-los. Ele disse: ‘Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo que sou eu e dizendo: ‘Eu sou o Messias!’. E enganarão muitas pessoas. Não tenham medo quando ouvirem o barulho de batalhas ou notícias de guerras. Tudo isso vai acontecer, mas ainda não será o fim. Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá tremores de terra e falta de alimentos. Essas coisas serão apenas as primeiras dores de parto. Vocês precisam ter cuidado porque serão presos e levados aos tribunais e serão chicoteados nas sinagogas. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos governadores e reis para serem julgados e falarão a eles sobre o evangelho. Pois, antes de chegar o fim, o evangelho precisa ser anunciado a todos os povos’” (Marcos 13:1–11, NTLH).
Jesus andou pelo Templo quando Herodes o Grande havia acabado (ou estava acabando) de reconstruí-lo. Era uma edificação deveras impressionante. Algumas de suas pedras mediam entre 15 e 20 metros de extensão, por 5 ou 6 metros de altura e 4 ou 5 de profundidade. A fachada, voltada para o nascente, era revestida com pesadas placas de ouro. Quando o sol surgia e refletia sua luz nessas placas, o brilho era tão intenso que qualquer um que olhasse seria obrigado a desviar os olhos.
Um dos discípulos (João, na minha opinião) parecia (ou era de fato) uma criança extasiada, contemplando aquela maravilha arquitetônica, tão diferente de tudo o que ele estava acostumado a ver na provinciana Galileia. E dizia: “Olha só, que pedras enormes! Vejam isso, que construções imensas!”. Jesus, que não Se deixava impressionar pelo que a maioria das pessoas considerava grande, importante ou poderoso, explicou: “Nisso não ponha muita fé, porque em breve não restará quase nada disso de pé!”.
E, como costumava fazer na Galileia para se livrar do tumulto das multidões, foi procurar um lugar sossegado. Se estivesse às margens do lago de Genesaré, entraria num barco e se afastaria da costa. Aqui, em Jerusalém, optou por subir o monte das Oliveiras, onde poderia se sentar para meditar, tendo diante de Si uma vista que Lhe permitirá com/templar o Templo.
Os demais discípulos, intrigados com o dito de Jesus sobre as pedras, tomaram coragem e Lhe perguntaram: “Quando acontecerá isso, essa destruição toda? Haverá algum milagre que sirva para indicar que chegou a hora?”.
O Mestre continuava a ensinar os seus alunos: “Cuidado com os alarmes falsos, principalmente com os salvadores de araque, que vão se multiplicar e tentar enganar vocês. Também não se descabelem com rumores de guerras e revoluções, nem entrem nessa fria. Tampouco se deixem abalar com os fenômenos naturais que haverão de sacudir a terra. Porque isso não indica que chegou o fim. Pensem nisso como o princípio das dores de parto. São apenas as primeiras contrações”.
E prosseguiu: “Sim, o fim não será mais do que um parto, uma ocasião para um novo nascimento, o advento da nova criação, o aparecimento do novo mundo de Deus. Agora, saibam de mais uma coisa: há muitos inimigos do novo mundo de Deus. Esses, se puderem, vão tratar de prender, torturar e até eliminar vocês. Vocês precisarão ser muito firmes, porque, antes de chegar o fim, o evangelho, a boa notícia do novo mundo de Deus, precisa ser anunciado e compartilhado com todos os povos. É com isso que vocês devem se preocupar”.
Por Luiz Carlos Ramos, pastor da Igreja Metodista em Pirassununga (SP)