É reconhecida no mundo inteiro a força e a inteligência do elefante. Em alguns países da Ásia, ele é uma excelente ferramenta nos trabalhos impossíveis de serem feitos pelo homem. Por ser um animal muito inteligente, não existe circo renomado que não tenha nos seus espetáculos a presença graciosa deste gigante paquiderme.
Sempre tive curiosidade em saber como um animal dotado de tão grande força fica preso por uma fina corda amarrada em uma estaca fincada no chão. Ele, com certeza, teria força suficiente para arrebentar tudo aquilo e fugir, se assim quisesse.
Descobri, então, que desde pequeno, quando ainda tem pouca força, o tratador começa a mantê-lo preso daquela forma. Os seus instintos selvagens o levam a tentar se libertar de todas formas, mas como a sua força ainda é incipiente, não consegue. E depois de tentar por meses a fio, ele desiste, convencido que é impossível arrebentar aquela corda. Ele, então, se acomoda, se resigna, se conforma em ser belo e forte, mas “amarrado”.
Fiquei pensando que todos nós também crescemos presos a uma corda e uma estaca. Certamente todos nós tentamos repetidas vezes no passado mudar algumas coisas em nós. Tentamos um dia nos libertar da timidez, dos medos, do riso artificial, das máscaras utilizadas para disfarçar nossa insegurança, um dia tentamos fugir da teimosia, do choro fácil, do comportamento adequado (aos outros) que detestávamos mas que não tínhamos coragem de parar com aquela farsa… Sim, todos nós tentamos muitas vezes lá trás, mas acabamos desistindo. Depois de tanto tempo a máscara já colou ao rosto… e muitos acham que é melhor deixá-la assim.
Na verdade, hoje, ao olhar para a corda e a estaca, agimos e pensamos como o elefante de circo – “não adianta tentar, pois não vou conseguir”. O diabo nem precisa soprar em nossos ouvidos que somos fracos, pois nós mesmos já nos dissemos isso. O diabo também não precisa dizer que você nunca conseguirá, pois você já confessou isso a si mesmo.
Este tipo de pensamento tem produzido muitos cristãos que sentem-se incapazes, que desistiram de lutar, tornaram-se desesperançados e envelhecidos de alma, apesar de jovens.
O fato de termos tentado antes não significa que devemos desistir agora. A visão constante da corda e da estaca na verdade vem mostrar que os nossos olhos estão postos nas “coisas” e não em Deus. Quase ouço Deus falando: “Não temas, ó vermezinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor” (Is 4.14).
Há muita gente que está amarrada a um poste por uma linha, mas continua insistindo que é impossível sair. Aqui no nosso contexto, Deus diria:
- “Não temas, ó elefantinho de Jacó… quebre a corda, arranque as estacas que te prendem, pois Eu te ajudo”.
Sim, somos chamados por Deus para quebrar os laços do diabo, os sentimentos de inferioridade, os velhos paradigmas, os velhos preconceitos que se instalaram dentro da alma… sim, o Senhor te ajudará.
Não olhe nem para a corda, nem para a estaca, olhe para o Senhor.
Pr. Daniel Rocha