“Enquanto [Jesus] estava em Jerusalém, na festa da Páscoa, muitos viram os sinais milagrosos que Ele estava realizando e creram no Seu nome. Mas Jesus não Se confiava a eles, pois conhecia a todos. Não precisava que ninguém Lhe desse testemunho a respeito do homem, pois Ele bem sabia o que havia no homem” (João 2:23–25).
Ao lermos o capítulo 2 do Evangelho de João desde seu início, vemos Jesus Se manifestando com milagres e sinais; logo depois, observamos Jesus num momento de tensão; e, então, chegamos ao texto aqui proposto, o qual diz que muitas pessoas se maravilharam e creram em tudo o que Jesus estava fazendo e em Seu nome. Porém, há algo intrigante: “Jesus não Se confiava a eles”. O que isso quer nos dizer?
Diante desse fato e da revelação que Jesus tinha acerca daquelas pessoas, quero trazer aqui três ensinamentos que tiro dessa passagem:
1. As pessoas que aqui celebram Jesus são as mesmas que vão abandoná-Lo em Sua crucificação. Jesus sabia o que estava por vir, sabia tudo o que haveria de passar e também conhecia o coração daquelas pessoas e antevia que elas não O amparariam naquele momento difícil. E eu fico pensando em quantas vezes agimos exatamente assim: celebramos Jesus quando estamos alegres, felizes por algo ou por algum acontecimento em nossa vida, e declaramos nosso amor ao Senhor quando estamos reunidos como comunidade de fé; mas, ao menor momento de dificuldade, não conseguimos sustentar tudo aquilo em que afirmamos crer. Quantas vezes abandonamos Jesus e tudo que aprendemos com Seu ministério ao passarmos por momentos de extrema dificuldade e necessidade em nossas vidas, momentos em que mais do que nunca deveríamos nos apoiar em quem Jesus é.
2. Nossa natureza humana é rápida em esquecer o que Deus já fez. Fico pensando naquelas pessoas que viram Jesus na cruz, talvez no momento de maior vulnerabilidade de Sua vida na terra, momento de angústia e dor. Será que elas haviam esquecido de tudo o que tinham testemunhado sobre Ele? De todos os milagres, curas, libertações, multiplicações? Aqueles momentos de tensão, vulnerabilidade e dor os fizeram esquecer, os fizeram crer que tudo aquilo era maior do que os feitos de Jesus. De igual forma, fico pensando que conosco acontece assim também. Quantas coisas Jesus já operou em nossas vidas? Quantas palavras Ele nos deu? Quantas vezes nos sentimos totalmente impulsionados por Sua vida? Ah! São tantos os momentos vividos! Mas por que nos esquecemos? Na verdade, percebo que, em momentos de vulnerabilidade em nossas vidas, acabamos muitas vezes ignorando tudo o que Deus já nos falou ou fez em nós e por meio de nós, e, de alguma forma, acreditamos que aquela situação que estamos vivendo é muito mais difícil do que as que Deus já nos ajudou a superar e está além de tudo que Ele tem feito em nós.
3. Não é porque os tempos são difíceis que Deus não está no controle. Em Jesus, sempre haverá esperança! Aleluia! O fato é que Jesus conhecia o coração de todas aquelas pessoas e, mesmo assim, morreu por cada uma delas. Deus conhece nosso coração, conhece nossas fraquezas e debilidades e quer nos tirar de cada uma delas. Por isso, nossa vida pode estar uma bagunça neste momento, sem estrutura alguma, tudo pode estar um caos, mas Ele ainda continua no controle e quer tomar o controle da nossa vida. Ele quer nos trazer à memória o que gerará esperança em nosso coração, que são as coisas que Ele já preparou para nós. Estamos vivendo tempos difíceis e a sensação que temos é que cada vez a situação piora; mas Deus continua sendo Deus e segue no controle de tudo.
Neste momento, estamos vivendo o tempo de celebração da Páscoa, tempo com tanto significado para nós por nos trazer à memória a morte e a ressurreição do Senhor Jesus Cristo, que nos proporcionou a passagem de uma vida na morte para uma vida na vida, e vida em abundância.
Que nunca nos esqueçamos de tudo que Jesus conquistou para nós que já fomos atraídos por Ele. E que possamos viver a plenitude de Sua vida em nossa vida até a consumação dos séculos!
Rev. Tays Rocha