“Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja o vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11:45).
“Porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1:16).
Sou cristã desde pequenina. Tive o privilégio de ser criada num lar onde o temor de Cristo nos era ensinado. Aprendi muito sobre o amor de Deus e meus pais, por meio da Bíblia, sempre nos orientaram (a mim e a meus irmãos) a amar ao próximo. Amar o(a) outro(a) é sempre um desafio, não por conta do(a) outro(a), mas, por nós mesmos, que muitas vezes somos orgulhosos, vaidosos, preconceituosos, raivosos e tantos outros “osos” que conhecemos por aí.
A verdade máxima de que Deus é amor deve, sim, ser incessantemente pregada, insistida e vivida pelo corpo de Cristo. Entretanto, não podemos nos esquecer das demais particularidades do caráter de Deus (de Jesus). Deus é amor, mas também é justiça. E também é santo.
Falar de amor é imprescindível, mas falar de santidade é igualmente fundamental. Amo a Igreja Metodista por conta de suas doutrinas, uma das quais é a da santidade. Para John Wesley, a santificação, ou “perfeição cristã”, não é um estado do ser humano (pois não há perfeição na terra), mas um processo de constante crescimento. O ser humano tem sempre necessidade de crescer em graça e avançar diariamente no conhecimento e no amor de Deus (Sermões de Wesley, vol. 2, pág. 286). Esse crescimento só é possível por meio do Espírito Santo que age em nós, conduzindo um processo que se inicia com a fé em Jesus Cristo, o perdão dos pecados e a regeneração da nossa vida. O Espírito Santo santifica nossa vontade de tal maneira que passamos a escolher o bem e dizer não ao mal e ao pecado. O resultado desse processo de santificação se traduz em obras que buscam implantar a santidade na terra, unindo o cristão aos seus irmãos e irmãs.
A doutrina da santidade (ou santificação cristã) nos mostra que não é possível uma pessoa se converter a Cristo e sua vida permanecer a mesma. É necessário que aqueles desvios de conduta (ou até mesmo de caráter) que possuímos sejam transformados pela ação do Espírito Santo, para, dessa forma, permitir que os outros percebam transformações em nossas vidas, frutos da ação de Deus em nós. Isso sim é uma vida de testemunho!
Santidade não é mostrar-se perfeito, mas ter a disposição contínua de ser corrigido e moldado por Deus. A base da santidade é uma vida de quebrantamento, e não de remorso. Quebrantamento é uma disposição interior fervorosa de ser transformado e mudar de atitude (mudar de vida), enquanto remorso é apenas um sentimento de aflição ou tristeza causado pela prática de um ato reprovável, um sentimento que pode ser apenas momentâneo, não gerando nenhuma possibilidade de transformação em nossas vidas. Quebrantamento é obra do Espírito Santo em nós, um convencimento que nos leva a desistir de práticas pecaminosas.
Por fim, Deus estabeleceu Seu reino entre nós, um reino de santidade. Se desejamos agradar de fato a Deus, devemos buscar diariamente “ser santos como Ele o é”. Devemos viver uma vida quebrantada aos pés de Cristo, certos de que Ele gerará em nós uma nova criatura.
Que Deus nos abençoe para sermos santos como Ele é!
Com amor e santidade,
Pra. Laura Valentin