Já, já é Natal!

Por mais incrí­vel que pos­sa pare­cer, já esta­mos no fim do julho, já é o segun­do semes­tre e já, já esta­re­mos nos pre­pa­ran­do para o Natal! Como o tem­po está pas­san­do rápi­do! O ano já pas­sa da meta­de! E você? Está con­se­guin­do acom­pa­nhar esse ritmo?

Nos­sa bata­lha é ten­tar con­ci­li­ar nos­sas expec­ta­ti­vas e dese­jos com as folhi­nhas do calen­dá­rio. Que­re­mos ou pre­ci­sa­mos fazer tan­tas coi­sas, mas pare­ce que sem­pre esta­mos atra­sa­dos e em dívi­da. E nem sem­pre o momen­to da nos­sa vida é com­pa­tí­vel com o tem­po mar­ca­do pelo reló­gio ou pelo calen­dá­rio. A vida é fei­ta de ciclos, de fases, e tais fases têm o seu tem­po para come­çar e para ter­mi­nar. E, ao con­trá­rio do que pas­sa pelo ima­gi­ná­rio popu­lar, elas não expe­ri­men­tam um reco­me­çar no ano novo e seu tér­mi­no nem sem­pre coin­ci­de com o últi­mo dia do ano.

Temos difi­cul­da­de em reco­nhe­cer os tem­pos, em dar por encer­ra­da uma fase para ini­ci­ar outro momen­to da nos­sa vida, que pode ou não coin­ci­dir com o calen­dá­rio. Por isso, embo­ra este­ja­mos no meio de 2016, pode­mos ain­da estar pas­san­do por uma fase que come­çou, por exem­plo, no ano pas­sa­do. O dese­jo de resol­ver, de virar a pági­na na nos­sa his­tó­ria mui­tas vezes nos con­so­me, nos angus­tia e pode até nos deprimir.

Vale então tra­zer­mos à nos­sa memó­ria o prin­cí­pio divi­no, reve­la­do nas Escri­tu­ras, de que o nos­so tem­po nem sem­pre é o tem­po de Deus. “Tudo tem o seu tem­po deter­mi­na­do, e há tem­po para todo o pro­pó­si­to debai­xo do céu” (Ec 3:1). Este ver­sí­cu­lo nos apre­sen­ta dois con­cei­tos de “tem­po” dis­tin­tos: chro­nos e kai­rós. “Tudo tem o seu chro­nos deter­mi­na­do, e há um kai­rós para todo pro­pó­si­to”. Exis­te um tem­po cro­no­ló­gi­co no qual vive­mos e, den­tro dele, um momen­to opor­tu­no para que se cum­pram os pro­pó­si­tos de Deus.

Por­tan­to, lida­mos com duas cate­go­ri­as de tem­po que coe­xis­tem: o cro­no­ló­gi­co – chro­nos – e o tem­po opor­tu­no para o cum­pri­men­to dos pro­pó­si­tos de Deus – kai­rós. Chro­nos ser­ve ini­ci­al­men­te para a desig­na­ção for­mal de um espa­ço de tem­po, ou de um pon­to de tem­po; refe­re-se ao tem­po sequen­ci­al, que pode ser medi­do. Já o kai­rós é a for­ma qua­li­ta­ti­va do tem­po, ou “o tem­po de Deus”, o tem­po que não pode ser medi­do. É o tem­po da opor­tu­ni­da­de, livre do peso das car­gas que se pas­sam e da ansi­e­da­de das coi­sas que acon­te­cem antes do que deve­ri­am; mani­fes­ta-se sem­pre no pre­sen­te, ins­tan­te após instante.

Não temos como fugir do chro­nos, que é ine­vi­tá­vel e faz par­te da nos­sa vida, do nos­so coti­di­a­no. As horas, os dias, os sécu­los já estão deter­mi­na­dos, mas o modo como Deus vai mani­fes­tar Sua von­ta­de, e prin­ci­pal­men­te, quan­do Ele o fará, isso não está pre­so ao calen­dá­rio. Por essa razão, não deve­mos nos angus­ti­ar dian­te da velo­ci­da­de com que o tem­po está pas­san­do. O mais impor­tan­te para nós é estar­mos aten­tos ao tem­po, ao pro­pó­si­to, ao kai­rós de Deus.

Mui­tas vezes nos pega­mos ten­tan­do fre­ne­ti­ca­men­te ven­cer o reló­gio. Cor­re­mos, nos esfor­ça­mos e abri­mos mão de uma boa qua­li­da­de de vida por­que que­re­mos dar con­ta de tudo. O mais tris­te é que, caso este­ja­mos fora do pro­pó­si­to de Deus, pode­mos até cum­prir de algu­ma for­ma com todas as exi­gên­ci­as que o tem­po nos impõe, mas ain­da assim nos sen­ti­re­mos insatisfeitos.

Antes de se pre­o­cu­par com o fim de ano que se apro­xi­ma, per­gun­te-se: “Essa fase que estou viven­do é o que Deus tem para mim? Estou viven­do o pro­pó­si­to de Deus?”.

Pr Tiago Valentim

Espe­ran­do no Senhor,
Rev. Tia­go Valentin

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