O Senhor é o meu pastor

“O Senhor É o Meu Pastor”, por Anthony Falbo (2013)

O Senhor É o Meu Pas­tor”, por Anthony Fal­bo (2013)

Quan­do escre­veu o ver­so que dá títu­lo a esta pas­to­ral, Davi ain­da não era rei, mas sim um pas­tor, um pas­tor de ove­lhas. No Sal­mo 23, ele asso­cia a figu­ra do seu Deus à de um pas­tor, colo­can­do-se, por sua vez, no lugar de uma ove­lha. No belo sal­mo, a ove­lha está reco­nhe­cen­do que tem um pas­tor e que Ele é o seu Senhor.

Essa con­clu­são do sal­mis­ta nos reve­la algu­mas coi­sas sobre o rela­ci­o­na­men­to daque­le pas­tor­zi­nho de ove­lhas com o seu Senhor. Ao se ver como uma ove­lha, Davi reco­nhe­ce que é inde­fe­so. Afi­nal, ove­lhas não têm gar­ras nem meca­nis­mos de defe­sa; ove­lhas tam­bém são sujas e inca­pa­zes de se lim­par sozi­nhas; ove­lhas são deso­ri­en­ta­das e pre­ci­sam o tem­po todo de alguém que lhes indi­que o caminho.

Mas Davi não pode­ria ter pen­sa­do em outra metá­fo­ra para expli­car sua rela­ção com o Senhor? Tal­vez sim. Ele pode­ria ter dito ”O Senhor é o meu gene­ral”, e aí ele seria um sol­da­do com armas e for­ça para guer­re­ar; ou “O Senhor é o meu rei”, e então ele seria Seu súdi­to, com auto­ri­da­de e prestígio.

Mas o dife­ren­ci­al de ser uma ove­lha é que há uma úni­ca pes­soa que se impor­ta com ela: o seu pas­tor. Deus, que é o nos­so pas­tor, impor­ta-se com nos­sas vidas. O pas­tor defen­de suas ove­lhas do mal e do peri­go, livran­do-as e adver­tin­do-as; o pas­tor cui­da das ove­lhas e faz de tudo para pre­ser­vá-las lim­pas; o pas­tor guia suas ove­lhas a águas tran­qui­las. Por isso, pode­mos afir­mar, com toda a cer­te­za: o Senhor é o nos­so pas­tor, pois Ele é o nos­so defen­sor; é Ele quem nos livra das cila­das de Sata­nás e nos afas­ta dos abis­mos do peca­do; é o Senhor quem nos puri­fi­ca e nos lava de todo peca­do, dei­xan­do-nos mais alvos do que a neve; é o Senhor quem tri­lha nos­sos cami­nhos e anda sem­pre ao nos­so lado.

Todos nós, ove­lhas, pre­ci­sa­mos de um pas­tor gra­ci­o­so, mise­ri­cor­di­o­so e zelo­so. Todos nós pre­ci­sa­mos dos cui­da­dos do nos­so Senhor. Para nós pas­to­res, huma­nos e limi­ta­dos, não exis­te nada melhor e mais aca­len­ta­dor do que saber que, na ver­da­de, somos copas­to­res de um pas­tor infa­lí­vel e supre­mo, que conhe­ce todas as Suas ove­lhas e não abre mão de nenhu­ma delas. Ain­da que, de cem ove­lhas, noven­ta e nove tenham fica­do sal­vas no apris­co, Ele se impor­ta com aque­la que se per­deu e a res­ga­ta com gra­ça e bon­da­de. Por­tan­to, che­ga­mos à con­clu­são de que todos, lei­gos e pas­to­res, somos ape­nas ove­lhas de um úni­co pas­tor, o nos­so Senhor.

Todos nós pre­ci­sa­mos de um pas­tor, caso con­trá­rio, o nos­so Sal­mo 23 seria este, con­for­me inter­pre­ta­do pelo escri­tor cris­tão Max Luca­do, em seu livro Ali­vi­an­do a Baga­gem: “Eu sou o meu pró­prio pas­tor; estou sem­pre em neces­si­da­de. Eu cam­ba­leio de shop­ping em shop­ping, de psi­qui­a­tra em psi­qui­a­tra, bus­can­do alí­vio, mas nun­ca o encon­tro. Eu me arras­to pelo vale da som­bra da mor­te e caio em peda­ços. Eu temo qual­quer coi­sa, des­de pes­ti­ci­das a fio elé­tri­co, e estou come­çan­do a agir como minha mãe. Vou às reu­niões sema­nais do gru­po e me acho cer­ca­do de ini­mi­gos. Vou para casa e até meu pei­xe-dou­ra­do me faz car­ran­ca. Unjo a minha cabe­ça com uma dose extra de Tyle­nol. E o aquá­rio do meu pei­xi­nho trans­bor­da. Cer­ta­men­te que a misé­ria e o infor­tú­nio me segui­rão e eu vive­rei em auto­des­con­fi­an­ça pelo res­to de minha vida solitária”.

Do ami­go e ovelha,

Pr Tiago Valentim

Rev. Tia­go Valentin

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