Toda ajuda é bem-vinda. Será?

Todo mun­do pre­ci­sa de algum tipo de aju­da? Sim. Mas todos sabem dis­so? Não. Cos­tu­mo dizer que só é pos­sí­vel aju­dar alguém que dese­ja ser aju­da­do. Quem enten­de o amor de Deus por sua vida natu­ral­men­te é impe­li­do a aju­dar o pró­xi­mo. Esse pró­xi­mo pode estar mui­to per­to, como uma pes­soa da famí­lia, ou alguém com quem não temos mui­to con­ta­to, como um mora­dor de rua desconhecido.

Não há quem não pre­ci­se de aju­da. Con­tu­do, nem todos reco­nhe­cem que pre­ci­sam. Um dos prin­ci­pais impe­di­men­tos para solu­ci­o­nar um pro­ble­ma é não reco­nhe­cer que ele exis­te. Quan­do uma pes­soa está enfren­tan­do algu­ma adver­si­da­de gera­da por ela mes­ma ou pelas cir­cuns­tân­ci­as, mas não reco­nhe­ce que as coi­sas não estão bem e que pre­ci­sa de aju­da, é qua­se impos­sí­vel fazer algo de con­cre­to por ela.

Sabe­dor dis­so, Jesus ori­en­ta Seus dis­cí­pu­los a res­pei­to da pre­ci­o­si­da­de do anún­cio do Evan­ge­lho, com­pa­ran­do a Boa Nova a péro­las. E diz que não deve­mos anun­ciá-la a quem não pos­sa fazer bom uso dela. “Não lan­ceis ante os por­cos vos­sas péro­las”, diz Ele (Mt 7:6). Como um por­co pode­ria dar valor a uma joia? Mui­tas vezes caí­mos nes­se erro ao ofe­re­cer nos­so auxí­lio a quem não vai valorizá-lo.

Deve­mos rever radi­cal­men­te a aju­da que damos a quem não sabe dar valor a ela nem reco­nhe­cer nos­so esfor­ço, renún­cia e aten­ção em seu favor. Não estou dizen­do que não deve­mos aju­dar a quem pre­ci­sa; pelo con­trá­rio, quan­do alguém reco­nhe­ce seus pro­ble­mas e dese­ja ser aju­da­do, deve­mos, sim, empe­nhar todas as nos­sas for­ças e capa­ci­da­de para socor­rê-lo. Mas, se quem pre­ci­sa de aju­da não o reco­nhe­ce, cer­ta­men­te vamos empre­gar nos­sas ener­gi­as numa cau­sa que não tem pers­pec­ti­vas de solu­ção, pois a ciên­cia e o dese­jo da pes­soa de mudar sua situ­a­ção são con­di­ci­o­nan­tes para que isso ocorra.

Duran­te Seu minis­té­rio ter­re­no, Jesus Se encon­trou com diver­sas pes­so­as pelo cami­nho e todas, sem exce­ção, pre­ci­sa­vam de algum tipo de aju­da, seja físi­ca, emo­ci­o­nal ou espi­ri­tu­al. Con­tu­do, nem todas se per­mi­ti­ram ser aju­da­das. Foi o caso do jovem rico. Quan­do Jesus se dispôs a aju­dá-lo, reco­men­dou-lhe que revis­se suas pri­o­ri­da­des e lhe dis­se que seu ape­go aos bens mate­ri­ais o impe­dia de seguir ple­na­men­te o Mes­tre, o rapaz desis­tiu ime­di­a­ta­men­te da aju­da e foi embora.

Aju­dar a quem não quer ser aju­da­do é inú­til e infru­tí­fe­ro. Nós só nos decep­ci­o­na­mos, nos can­sa­mos e nos frus­tra­mos por não ver­mos pro­gres­so algum, pelo con­trá­rio. Há casos em que aju­da­mos, aju­da­mos e, quan­do per­ce­be­mos, a pes­soa regre­diu ain­da mais. O pro­ble­ma está em quem aju­da? O esfor­ço empre­ga­do seria pou­co? A aju­da é incor­re­ta? Nada disso.

O pro­ble­ma está em quem não quer mudar sua situ­a­ção. E o que fazer dian­te de alguém que mui­tas vezes ama­mos e que pre­ci­sa de aju­da, mas não reco­nhe­ce isso? Pri­mei­ro, é pre­ci­so ficar cla­ro para a pes­soa que esta­mos dis­pos­tos a aju­dá-la e nos­sa ati­tu­de deve ser a de orar por ela. Mui­tos des­me­re­cem o valor da ora­ção, dizen­do: “Mas eu não vou fazer nada, só vou orar?”. Se nós cre­mos que a ora­ção tem poder, deve­mos exer­ci­tá-la, con­fi­an­do que, pela ação sen­si­bi­li­za­do­ra do Espí­ri­to San­to de Deus, aque­la pes­soa que pre­ci­sa de aju­da vai reco­nhe­cer sua con­di­ção e abrir-se para o auxí­lio de quem quer aju­dar. E o mais impor­tan­te: aci­ma de qual­quer aju­da que pos­sa­mos ofe­re­cer, não pode­mos nos esque­cer de que o nos­so mai­or aju­da­dor é Cris­to. É sem­pre Ele quem faz a obra, seja por meio de nós, seja de outra manei­ra que Ele desejar.

Pr Tiago Valentim

De alguém que pre­ci­sa ser ajudado,
Pr. Tia­go Valentin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.