Santidade dá Ibope? (2ª. parte)

O Ins­ti­tu­to Bra­si­lei­ro de Opi­nião Públi­ca e Esta­tís­ti­ca (Ibo­pe) é res­pon­sá­vel por rea­li­zar diver­sas pes­qui­sas para apon­tar a pre­fe­rên­cia da popu­la­ção nos mais diver­sos seg­men­tos da soci­e­da­de, pes­qui­sas que vão des­de a pre­fe­rên­cia por um pro­gra­ma tele­vi­si­vo até a inten­ção de voto para pre­si­den­te da Repú­bli­ca. Não é de nos­so conhe­ci­men­to que em algum momen­to o Ibo­pe tenha fei­to uma pes­qui­sa espe­cí­fi­ca para saber o que os fiéis gos­tam de ouvir dos pre­ga­do­res. Con­tu­do, se obser­var­mos aqui­lo que se pre­ga nos veí­culos de comu­ni­ca­ção, per­ce­be­re­mos que o tema san­ti­da­de defi­ni­ti­va­men­te não dá ibo­pe, pelas razões apre­sen­ta­das na edi­ção anterior.

Den­tro da lógi­ca do mer­ca­do midiá­ti­co, falar aqui­lo que as pes­so­as não que­rem ou não gos­tam de ouvir é sui­cí­dio. O que sus­ten­ta a mídia são os anun­ci­an­tes. Quan­to mais pes­so­as esti­ve­rem acom­pa­nhan­do a pro­gra­ma­ção, mais o pro­du­to ou ser­vi­ço anun­ci­a­do será vis­to e pos­si­vel­men­te con­su­mi­do, resul­tan­do em lucro, mui­to lucro. Mas, se a programação/culto não agra­da, muda-se de canal e pron­to. Por­tan­to, para garan­tir o públi­co e os lucros, a programação/culto tem de ser atrativa.

Tal men­ta­li­da­de prag­má­ti­ca, ganan­ci­o­sa e heré­ti­ca esta­ria inva­din­do nos­sos tem­plos? Quan­do vemos igre­jas que não valo­ri­zam o estu­do apro­fun­da­do da Pala­vra, que não favo­re­cem o envol­vi­men­to e a par­ti­ci­pa­ção das pes­so­as na obra, que vivem à base de cam­pa­nhas, que não falam a ver­da­de e dei­xam as pes­so­as apri­si­o­na­das e, prin­ci­pal­men­te, que não pre­gam arre­pen­di­men­to e mudan­ça de vida, tais igre­jas cer­ta­men­te estão con­ta­mi­na­das por essa men­ta­li­da­de, que não tem abso­lu­ta­men­te nada a ver com o Evan­ge­lho de Cristo.

O “pro­ble­ma” em pre­gar sobre san­ti­da­de está no fato de que a sua bus­ca depen­de em par­te do esfor­ço huma­no. Ser san­to não é uma habi­li­da­de ou uma con­di­ção natu­ral. É Deus que faz de nós san­tos, “por­que Deus é quem efe­tua em vós tan­to o que­rer como o rea­li­zar, segun­do a Sua boa von­ta­de” (Fl. 2.13). “Pois esta é a von­ta­de de Deus: a vos­sa san­ti­fi­ca­ção” (ITs. 4.3). Deus dese­ja a nos­sa san­ti­fi­ca­ção e é Ele pró­prio quem gera esse dese­jo e tam­bém o rea­li­za. Mas há uma par­ce­la do pro­ces­so de san­ti­fi­ca­ção que depen­de do ser huma­no. Deus nun­ca inva­de a vida das pes­so­as nem as obri­ga a nada. Elas pre­ci­sam dar liber­da­de a Ele para agir em seus cora­ções. E, mais que isso, é neces­sá­rio que elas tenham cons­ci­ên­cia de sua con­di­ção peca­mi­no­sa e dese­jem pro­fun­da­men­te mudar, saben­do que quem muda sua vida é Deus.

Quem quer ouvir na tele­vi­são, em CD ou na igre­ja que é um peca­dor e que pre­ci­sa se con­ver­ter todos os dias (Lc. 9.23)? Quem quer sem­pre ser lem­bra­do que sem Deus nada pode fazer (Jo. 15.5)? Quem quer ouvir que deve ser san­to como Deus é san­to (IPe 1.6)? Creio que são pou­cos os que que­rem viver a essên­cia e a tota­li­da­de do Evan­ge­lho. Con­tu­do, não se pode esque­cer algo mui­to sério e alar­man­te: “Segui a paz com todos e a san­ti­fi­ca­ção, sem a qual nin­guém verá o Senhor” (Hb. 12.14). Se as pes­so­as gos­tam ou não de ouvir sobre san­ti­fi­ca­ção não impor­ta. O fato é que só os que a dese­ja­rem e a bus­ca­rem verão o Senhor.

Pr Tiago Valentim

Pr. Tia­go Valentin

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