Resolvo!

Zaqueu se levan­tou e dis­se ao Senhor: Senhor, resol­vo dar aos pobres a meta­de dos meus bens; e se nal­gu­ma cou­sa tenho defrau­da­do alguém res­ti­tuo qua­tro vezes mais” (Lc 19.8).

Qual a pala­vra-cha­ve do tex­to aci­ma? Sem dúvi­da algu­ma é a pala­vra “resol­vo”. Alguns pode­rão obje­tar dizen­do que foi a pre­sen­ça de Jesus que o levou a mudar tão radi­cal­men­te de vida. Isso é par­ci­al­men­te ver­da­dei­ro, pois há mui­tos que estão na pre­sen­ça de Jesus há anos e “não resol­vem” nada.

Che­ga uma hora que pre­ci­sa­mos “socar” a mesa e dizer: “Resol­vo!”. Para isso é neces­sá­rio iden­ti­fi­car os víci­os e mio­pi­as que empo­bre­cem nos­so ser e deci­dir eli­mi­ná-los para que nos­sa exis­tên­cia seja mar­ca­da por uma mai­or san­ti­fi­ca­ção e satis­fa­ção. Iden­ti­fi­quei alguns pro­ble­mas mui­to comuns em nos­so viver e depois de tomar­mos cons­ci­ên­cia deles fazer como Zaqueu e par­tir para uma toma­da de deci­são na vida. Caso você se iden­ti­fi­que com o que vou dizer, ore a Deus e diga: — “Resol­vo!”

Resol­vo não mais super­va­lo­ri­zar as minhas emo­ções. Não que­ro viver cheio de altos e bai­xos, ner­vos à flor da pele. Ins­ta­bi­li­da­de emo­ci­o­nal nos tor­na ins­tá­veis e ado­en­ta­dos. Ensi­na-me a não exa­ge­rar a tris­te­za prolongando‑a além do neces­sá­rio – que­ro enter­rar os esque­le­tos que tra­go na alma, enxu­gar as lágri­mas e cami­nhar. Car­re­gar dor no ínti­mo faz de nós covei­ros da alegria.

Resol­vo não ficar depen­den­te do que as pes­so­as pen­sam de mim. Quan­do isso acon­te­ce, fico pre­so a juí­zos de valor, a opi­niões, a ava­li­a­ções e con­de­na­ções. Não é de se admi­rar que esta­mos sem­pre bus­can­do “miga­lhas”, ou aplau­sos ou apro­va­ção, pois acos­tu­ma­mo-nos a viver depen­den­tes da pro­vi­são que as pes­so­as ora dão ora não dão. Quan­do damos um bas­ta nis­so, apren­de­mos a nos colo­car sob o amor infi­ni­to e sem­pre pre­sen­te de Deus e não mais sob o jul­ga­men­to alheio.

Resol­vo não viver repe­tin­do para mim mes­mo quei­xas auto-des­tru­ti­vas. Não que­ro ser um cole­ci­o­na­dor nem de tris­te­zas, nem de decep­ções, nem de dores. Tam­bém não que­ro ficar cho­ran­do para sem­pre uma per­da. Há tem­po de cho­rar, mas há tem­po de parar de cho­rar. Enquan­to o rei Davi podia cho­rar pela cura de seu filho à bei­ra da mor­te, cho­rou. Mas quan­do seu filho final­men­te mor­reu, Davi levan­tou-se, lavou o ros­to, comeu e vol­tou à sua vida nor­mal. Não cho­re mais pelo que já morreu.

Resol­vo não mais ser fata­lis­ta. Fata­lis­mo é a ati­tu­de que faz com que viva­mos como víti­mas das cir­cuns­tân­ci­as exter­nas – ora a cul­pa foi da minha infân­cia, ora do pai, ora da espo­sa, ora da fal­ta de opor­tu­ni­da­des… e daí expli­ca­mos tudo pelo fata­lis­mo. O opos­to do fata­lis­mo é a fé. E viver na fé é saber que nada é defi­ni­ti­vo pois Deus nos dá uma chan­ce de mudar as coi­sas e res­ti­tuir os anos perdidos.

Resol­vo viver bem, rir com freqüên­cia e amar mui­to; resol­vo ter dig­ni­da­de e me res­pei­tar; resol­vo pre­en­cher o lugar que Deus me desig­nou e rea­li­zar a mis­são para a qual fui cha­ma­do; resol­vo apre­ci­ar as bele­zas da vida e expres­sá-las atra­vés do meu cor­po, da minha boca e dos meus olhos; resol­vo bus­car o melhor que há nos outros e dar o melhor que possuo.

Está resol­vi­do!

Pr. Daniel Rocha

Pr. Dani­el Rocha

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