Relacionamentos sadios

Há um dita­do que diz que rela­ci­o­na­men­to é uma arte! E toda for­ma de arte requer ins­pi­ra­ção, dis­ci­pli­na, esfor­ço, dedi­ca­ção, apri­mo­ra­men­to e sen­si­bi­li­da­de, entre outros atri­bu­tos. Por­tan­to, rela­ci­o­nar-se é algo que impõe cer­tas exi­gên­ci­as. Em outras pala­vras, rela­ci­o­nar-se não é fácil.

Cada pes­soa é um uni­ver­so, um ser con­cre­to que pos­sui neces­si­da­des e capa­ci­da­des físi­cas, emo­ci­o­nais e espi­ri­tu­ais. Em 1 Tes­sa­lo­ni­cen­ses 5:23, Pau­lo afir­ma essa rea­li­da­de, ao dizer: “O mes­mo Deus da paz vos san­ti­fi­que em tudo; e o vos­so espí­ri­to, alma e cor­po sejam con­ser­va­dos ínte­gros e irre­pre­en­sí­veis na vin­da de nos­so Senhor Jesus Cristo”.

Cada pes­soa tem uma rea­li­da­de e pos­sui um refe­ren­ci­al em sua vida. Não nos rela­ci­o­na­mos num vazio, mas num con­tex­to con­cre­to. Isso sig­ni­fi­ca que pre­ci­sa­mos conhe­cer a rea­li­da­de que cada um viven­cia. Quem é ele ou ela? Quais são as cir­cuns­tân­ci­as do seu viver? Em que con­tex­to cada pes­soa vive? Res­pon­der a isso nos leva a um rela­ci­o­na­men­to aco­lhe­dor, no qual ouvir e par­ti­lhar é algo mui­to impor­tan­te. Ouvir de for­ma amo­ro­sa, aten­ci­o­sa, inte­res­sa­da. Ouvir para conhe­cer. Conhe­cer para com­pre­en­der. Com­pre­en­der para acei­tar. Acei­tar como um ato de gra­ça e de amor.

As neces­si­da­des das pes­so­as são múl­ti­plas. A carên­cia as leva a momen­tos de cri­se e ten­são que pro­vo­cam dese­qui­lí­brio e flu­tu­a­ção do esta­do emo­ci­o­nal. O ser huma­no neces­si­ta satis­fa­zer suas neces­si­da­des. Para um rela­ci­o­na­men­to com amor e ple­no de gra­ça, é neces­sá­rio con­si­de­rar as pes­so­as à luz de suas neces­si­da­des não ape­nas físi­cas, mas tam­bém men­tais, emo­ci­o­nais, rela­ci­o­nais e espi­ri­tu­ais. Cada um de nós tem inte­res­ses espe­cí­fi­cos, ape­sar da ten­dên­cia de mas­si­fi­ca­ção em nos­sos tem­pos. Dia­lo­gar sobre os inte­res­ses do outro, con­vi­ver com ele, levá-lo em con­si­de­ra­ção, viven­ci­ar e até satis­fa­zer suas neces­si­da­des, quan­do pos­sí­vel, é um modo de se rela­ci­o­nar que trans­mi­te a gra­ça e o amor de Deus.

Além dis­so, tam­bém inte­ra­gi­mos com o ambi­en­te em que vive­mos e do qual sofre­mos influên­ci­as fami­li­a­res, soci­ais e cul­tu­rais. Ao nos rela­ci­o­nar­mos com os outros, pre­ci­sa­mos con­si­de­rar tudo isso. O ser huma­no, vis­to de for­ma holística/integral, é uma ima­gem mui­to pre­sen­te na men­ta­li­da­de judai­ca do Anti­go Tes­ta­men­to e tam­bém no mun­do da Igre­ja pri­mi­ti­va. Nos evan­ge­lhos, Jesus con­si­de­ra as pes­so­as com amor, com­pai­xão e mise­ri­cór­dia, estan­do aten­to à situ­a­ção em que elas se encon­tram. Para Cris­to, a pes­soa não é mais uma “a ser ganha”, mas alguém a “ser ama­do”, com quem Ele dese­ja “par­ti­lhar a Sua gra­ça”. Jesus levou em con­si­de­ra­ção a per­so­na­li­da­de de cada um com quem Se rela­ci­o­nou. O que sig­ni­fi­ca con­si­de­rar a situ­a­ção con­cre­ta, sua rea­li­da­de, suas neces­si­da­des, seus inte­res­ses, suas peculiaridades.

É com esse espí­ri­to e sen­ti­men­to que cons­trui­re­mos rela­ci­o­na­men­tos sau­dá­veis no tra­ba­lho, com os ami­gos, no namo­ro, no casa­men­to e na igre­ja, por meio da genui­ni­da­de do nos­so amor e da nos­sa manei­ra de ser, na gra­ça e no poder do Evan­ge­lho e na ação do Espí­ri­to Santo.

A soci­e­da­de atu­al cos­tu­ma con­si­de­rar as pes­so­as como obje­tos. Mas para o Senhor não é assim. Cada um de nós é alguém a quem Ele ama com todo o Seu ser, pro­van­do isso por meio do Seu sacri­fí­cio. Se assim bus­car­mos viver, con­se­gui­re­mos esta­be­le­cer rela­ci­o­na­men­tos sau­dá­veis e dura­dou­ros, para a gló­ria de Deus!

Pr Tiago Valentim

Do ami­go e pastor,
Rev. Tia­go Valentin

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