Você é amigo de Deus?

Já não vos cha­mo ser­vos, por­que o ser­vo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos cha­ma­do ami­gos, por­que tudo quan­to ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhe­cer” (Jo 15:15).

Na sema­na pas­sa­da, em 20 de julho, come­mo­rou-se o Dia do Ami­go, uma data para se pen­sar em quem são nos­sos ami­gos e dar a eles o devi­do reco­nhe­ci­men­to por serem pes­so­as em quem con­fi­a­mos e às quais dedi­ca­mos nos­so cari­nho, aten­ção e res­pei­to. Afi­nal, ami­go é alguém espe­ci­al que faz a dife­ren­ça em nos­sas vidas. Há pes­so­as que têm mais faci­li­da­de para fazer ami­gos, enquan­to outras são mais res­tri­ti­vas em seus rela­ci­o­na­men­tos. Mas uma coi­sa é cer­ta: nin­guém pode viver sem ami­gos, sem alguém que pos­sa cha­mar de com­pa­nhei­ro de cami­nha­da e de vida. Um cori­nho anti­go dizia: “Iso­la­do, sozi­nho, nin­guém é capaz. Por isso, vem, entra na roda com a gen­te também”.

Na Bíblia temos inú­me­ros exem­plos de ver­da­dei­ras ami­za­des, como as de Rute e Noe­mi, Davi e Jôna­tas, Sadra­que, Mesa­que e Abe­de-Nego, Pau­lo e Bar­na­bé. Mas nenhu­ma ami­za­de mere­ce tan­to des­ta­que como aque­la entre Deus e Abraão. Na Bíblia, o pai da fé é o úni­co a ser cha­ma­do e reco­nhe­ci­do como ami­go de Deus (Tg 2:23). Essa ami­za­de, sem dúvi­da algu­ma, cha­ma nos­sa aten­ção, pois nos fala de um rela­ci­o­na­men­to pes­so­al, ínti­mo e ver­da­dei­ro entre um homem e o nos­so Deus. Seria isso pos­sí­vel ain­da hoje?

Sim, com toda a cer­te­za, pois aqui­lo que pare­cia exclu­si­vi­da­de de Abraão se tor­nou pos­sí­vel a todos os filhos de Deus, por meio de Jesus Cris­to. A rela­ção entre a huma­ni­da­de e seu Cri­a­dor havia se tor­na­do mera for­ma­li­da­de reli­gi­o­sa, um rela­ci­o­na­men­to impes­so­al, super­fi­ci­al e des­com­pro­me­ti­do com a vida que nada tinha a ver com ami­za­de. Mas Deus, ao envi­ar seu Filho, con­ce­deu àque­la gera­ção e às futu­ras a pos­si­bi­li­da­de de esta­be­le­cer­mos uma rela­ção de ami­za­de com Jesus e, con­se­quen­te­men­te, com o Pai.

Jesus não quer ser­vos que o sigam, e sim ami­gos que andem lado a lado com Ele. O ser­vo não tem poder de esco­lha, mas Jesus só quer a Seu lado quem ver­da­dei­ra­men­te esco­lhe fazer isso; o ser­vo não pode ter inti­mi­da­de com seu senhor, mas o ami­go ganha e dá o direi­to de ser fran­co, crí­ti­co e ver­da­dei­ro com o outro; e, aci­ma de tudo, um ser­vo se dedi­ca a seu senhor por obri­ga­ção, mas um ami­go dedi­ca-se ao outro por­que tem um com­pro­mis­so de amor com ele.

Daí a per­gun­ta que dá títu­lo a esta pas­to­ral: você é ami­go de Deus? É que o Senhor não quer que seja­mos ape­nas Seus ser­vos, mas Seus ami­gos, ten­do com Ele um rela­ci­o­na­men­to pes­so­al e ínti­mo. Nós nos esque­ce­mos de que Jesus é uma pes­soa e quer se rela­ci­o­nar conos­co como tal, conhe­cen­do-nos, envol­ven­do-se conos­co e, prin­ci­pal­men­te, fazen­do par­te de nos­sas vidas.

Que pos­sa­mos can­tar e viver o que diz o hino 286, do Hiná­rio Evan­gé­li­co: “Achei um bom ami­go, Jesus, o Sal­va­dor / O esco­lhi­do dos milha­res para mim. / Dos vales é o lírio; é o for­te Medi­a­dor / Que me puri­fi­ca e guar­da para Si. / Con­so­la­dor ama­do, meu pro­te­tor do mal / Minhas pro­va­ções e angús­ti­as toma a Si”.

Pr Tiago Valentim

Com cari­nho e esti­ma pastoral,
Pr. e ami­go Tia­go Valentin

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