Quando não me aplaudem

“Aplauso”, por Pragati Sirivella (2013)

Aplau­so”, por Pra­ga­ti Siri­vel­la (2013)

Aplau­dir é uma das for­mas mais pri­mi­ti­vas de se trans­mi­tir apro­va­ção ao ato de alguém ou de um gru­po. Os aplau­sos ganha­ram seu papel na his­tó­ria no perío­do do Impé­rio Roma­no, quan­do as pal­mas eram uti­li­za­das como for­ma de estí­mu­lo por par­te da pla­teia duran­te os com­ba­tes entre os gladiadores.

Mais tar­de, o aplau­so pas­sou a ser mui­to comum no ambi­en­te das artes cêni­cas: quan­do um espe­tá­cu­lo se encer­ra, a pla­teia bate pal­mas para os ato­res e atri­zes de manei­ra espon­tâ­nea, indi­can­do que apro­vou o espe­tá­cu­lo. É cla­ro que o inver­so tam­bém pode ser ver­da­dei­ro: a ausên­cia de aplau­sos pode sig­ni­fi­car desa­pro­va­ção ao que foi apresentado.

E essa é a gran­de ques­tão rela­ci­o­na­da aos aplau­sos ou à ausên­cia deles: a apro­va­ção ou não. Quan­do não somos aplau­di­dos na vida, enten­de­mos que não esta­mos sen­do apro­va­dos. Às vezes espe­ra­mos ouvir o bater de pal­mas ape­nas por ter­mos lava­do uma lou­ça em casa. Aliás, um “obri­ga­do” já seria mui­to bom!

Mas o que fazer quan­do não somos aplau­di­dos? À luz da Pala­vra de Deus, pode­mos pen­sar em pelo menos dois aspec­tos. Pri­mei­ra­men­te, as Escri­tu­ras nos dão con­ta de que é pre­ci­so hon­rar e reco­nhe­cer o valor daque­les a quem deve­mos hon­ra e reco­nhe­ci­men­to. Não há nada de erra­do nis­so; pelo con­trá­rio, é jus­to e natu­ral hon­rar­mos as pes­so­as pelo seu esfor­ço, por algum tra­ba­lho rea­li­za­do ou sim­ples­men­te por serem o que são. Os filhos deve­ri­am hon­rar seus pais ape­nas por serem seus pais, por ama­rem e supri­rem todas as neces­si­da­des deles; os alu­nos deve­ri­am hon­rar seus pro­fes­so­res, que se dedi­cam a lhes trans­mi­tir conhe­ci­men­to e que, na gran­de mai­o­ria das vezes, não fazem isso por um gran­de salá­rio, mas por ama­rem a docên­cia. Na igre­ja, as ove­lhas deve­ri­am hon­rar seus pas­to­res não por­que con­cor­dem com seus argu­men­tos ou tenham empa­tia por eles, mas sim­ples­men­te por­que eles são a auto­ri­da­de de Deus cons­ti­tuí­da sobre suas vidas.

O segun­do aspec­to da Bíblia em rela­ção ao reco­nhe­ci­men­to é de que a ver­da­dei­ra apro­va­ção vem de Deus. Em Isaías 49:4–5, encon­tra­mos o seguin­te: “Porém eu dis­se: Debal­de tenho tra­ba­lha­do, inú­til e vãmen­te gas­tei as minhas for­ças; toda­via o meu direi­to está peran­te o Senhor, e o meu galar­dão peran­te o meu Deus. E ago­ra diz o Senhor, que me for­mou des­de o ven­tre para ser seu ser­vo, para que tor­ne a tra­zer Jacó; porém Isra­el não se dei­xa­rá ajun­tar; con­tu­do aos olhos do Senhor serei glo­ri­fi­ca­do, e o meu Deus será a minha for­ça”. O pro­fe­ta cons­ci­en­ti­za o povo de que o seu galar­dão e a sua gló­ria viri­am de Deus. Em outras pala­vras, deve­mos espe­rar em Deus o ver­da­dei­ro reco­nhe­ci­men­to. Ain­da que não seja­mos aplau­di­dos pelas pes­so­as, seja por injus­ti­ça ou por ingra­ti­dão, nos­sa espe­ran­ça e fé devem estar naqui­lo que Deus pen­sa a nos­so res­pei­to. E, se de fato mere­cer­mos aplau­sos, o pró­prio Deus fará isso, do Seu alto e subli­me trono.

Quem bus­ca aplau­sos dese­ja, na ver­da­de, ser apro­va­do pelas pes­so­as. Seria mes­mo mui­to bom que, nos nos­sos ambi­en­tes de con­ví­vio soci­al, pudés­se­mos espon­ta­ne­a­men­te reco­nhe­cer o valor uns dos outros e hon­rar a quem é devi­do. Mas sabe­mos que nem sem­pre as pes­so­as têm a sen­si­bi­li­da­de e a humil­da­de de pres­tar hon­ra ao outro. Por isso, nos­sa expec­ta­ti­va deve ser total­men­te pro­je­ta­da em Deus, pois Ele nun­ca nos decep­ci­o­na. Ele sabe qual é o nos­so ver­da­dei­ro valor e, se for do Seu dese­jo, sere­mos sim hon­ra­dos por Ele.

O mais impor­tan­te é rece­ber­mos os aplau­sos de Deus, pois, no fim, a opi­nião que con­ta e a ver­da­dei­ra apro­va­ção de que pre­ci­sa­mos vêm d’Ele.

Do ami­go e pastor,

Pr Tiago Valentim

Pr. Tia­go Valentin

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