Metanóia pra ti!

Eu não vim cha­mar os jus­tos, mas, sim, os peca­do­res, ao arre­pen­di­men­to. (Luc 5:32)

Meta­nóia é um vocá­bu­lo de ori­gem gre­ga mui­to uti­li­za­do pelos filó­so­fos helê­ni­cos, que sig­ni­fi­ca arre­pen­di­men­to, mudan­ça de men­te e trans­for­ma­ção, e que há dois mil anos adqui­riu um sig­ni­fi­ca­do de impor­tân­cia cen­tral nas pági­nas do Evangelho.

Nas Escri­tu­ras, esse arre­pen­di­men­to é mui­to mais que um sim­ples lamen­to esté­ril, ou um cons­tran­ger-se, mas é a vira­da de vida por intei­ro em dire­ção ao Eter­no. Não fica só no sen­ti­men­to, ain­da que impli­que em ver­da­dei­ra dor, pois atin­ge a essên­cia do ser de manei­ra inexorável.

Meta­nóia é um vol­tar-se para Deus, é trans­for­ma­ção de vida a par­tir de uma mudan­ça inte­ri­or, é cora­gem para dei­xar de lado as futi­li­da­des coti­di­a­nas, aban­do­nar o cati­vei­ro e renun­ci­ar cons­ci­en­te­men­te os envol­vi­men­tos atu­ais e do pas­sa­do que foram engen­dra­dos no infer­no (na Igre­ja Orto­do­xa, a decla­ra­ção públi­ca de fé de um neo­con­ver­ti­do con­tém a fra­se: “Eu te renun­cio, Sata­nás, e a todas as tuas obras e estra­ta­ge­mas”). Isso é metanóia!

Quan­do o evan­ge­lho fala de “meta­nóia” não está se refe­rin­do à mudan­ça cos­mé­ti­ca, nem a uma maqui­a­gem exte­ri­or como a dos fari­seus que se esfal­fa­vam para “pare­ce­rem bons”. Jesus apre­cia mui­to mais a sin­ce­ri­da­de daque­le que se reco­nhe­ce peca­dor e caren­te da mise­ri­cór­dia divi­na ao que se escon­de por trás de más­ca­ras santas.

A trans­for­ma­ção-meta­nóia abre todo o ser e a men­te ao Espí­ri­to e à Sabe­do­ria que vem do Alto. Essa nova pos­tu­ra leva a enxer­gar de manei­ra dife­ren­te, e dá uma nova per­cep­ção da vida, como um ben­di­to colí­rio divi­no. É um “eure­ka-por-que-não-per­ce­bi-isso-antes?”.

Com cer­te­za, essa trans­for­ma­ção inte­ri­or está veda­da às mul­ti­dões, por­que não é isso que elas bus­cam: as mas­sas que­rem curas, dese­jam um líder caris­má­ti­co, alguém que lhes colo­que regras e lhes digam o que fazer: “os 4 pas­sos para alcan­çar isso, as 7 manei­ras para con­se­guir aqui­lo”, mas não bus­cam jamais “meta­nóia” para suas vidas… Raça de víbo­ras! “Arre­pen­dei-vos” [meta­no­e­sa­te], pois o macha­do já está pos­to à raiz das árvo­res, e não adi­an­ta come­çar a dizer que têm por pai a Abraão, por­que até de pedras Deus pode sus­ci­tar filhos. Se és cris­tão, que pro­du­za, pois, fru­to dig­no de arre­pen­di­men­to [meta­noia] (Mt 3.8).

Hoje, todos se con­si­de­ram “filhos da fé”, cada um orgu­lho­so por per­ten­cer ao seu gru­po cris­tão: um se cha­ma evan­gé­li­co da gema, outro pen­te­cos­tal que “pas­sou pelas águas”, aque­lou­tro a famí­lia é de tra­di­ção roma­na e ain­da outro per­ten­ce ao movi­men­to caris­má­ti­co… Tudo mui­to lin­do, mas se não expe­ri­men­tou a con­ver­são para si com todas as con­seqüên­ci­as, se não se arre­pen­deu ver­da­dei­ra­men­te de seus erros e não colo­cou seu ser can­sa­do debai­xo das asas do Altís­si­mo, que con­ti­nue em sua “vidi­nha” reli­gi­o­sa, apa­ren­te­men­te tudo mui­to cer­ti­nho, boni­ti­nho, chei­ro­si­nho… mas uma coi­sa ain­da te falta:

- Meta­nóia pra ti!

Pr. Daniel Rocha

Pr. Dani­el Rocha

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