Jesus, o Galileu

O Anti­go Tes­ta­men­to pre­dis­se que o Mes­si­as viria da Gali­leia. Em Isaías 9:1, o pro­fe­ta fala do nas­ci­men­to do Prín­ci­pe da Paz, fazen­do a seguin­te afir­ma­ção: “Mas para a ter­ra que esta­va afli­ta não con­ti­nu­a­rá a obs­cu­ri­da­de. Deus, nos pri­mei­ros tem­pos, tor­nou des­pre­zí­vel a ter­ra de Zebu­lom e a ter­ra de Naf­ta­li; mas, nos últi­mos, tor­na­rá glo­ri­o­so o cami­nho do mar, além do Jor­dão, Gali­leia dos gen­ti­os. O povo que anda­va em tre­vas viu gran­de luz, e aos que vivi­am na região da som­bra da mor­te, res­plan­de­ceu-lhes a luz”.

Você per­ce­beu que o ter­ri­tó­rio onde Jesus nas­ceu era cha­ma­do de “Gali­leia dos gen­ti­os”? Ele era judeu, mas cres­ceu e viveu onde havia mui­tos gentios.

Entre os judeus do tem­po de Jesus, havia mui­to pre­con­cei­to con­tra a Gali­leia ou con­tra qual­quer pes­soa vin­da daque­la área. Veja, por exem­plo, João 7:41: “Outros dizi­am: Ele é o Cris­to; outros, porém, per­gun­ta­vam: Por­ven­tu­ra, o Cris­to virá da Gali­leia?”. Alguns até mes­mo afir­ma­vam, como em João 7:52: “Exa­mi­na e verás que da Gali­leia não se levan­ta profeta”.

Ain­da assim, Deus, em Sua sabe­do­ria, deci­diu que Seu filho nas­ce­ria em Belém – uma cida­de des­pre­za­da pelos judeus (Miquéi­as 5:2), mas cres­ce­ria em Naza­ré, na Gali­leia. “Por divi­na adver­tên­cia, pre­ve­ni­do em sonho, [José] reti­rou-se para as regiões da Gali­leia. E foi habi­tar numa cida­de cha­ma­da Naza­ré” (Mt 2:22–23).

Não é de admi­rar, então, que aque­la cri­a­da, ao apro­xi­mar-se de Pedro, no pátio, duran­te o jul­ga­men­to de Jesus, tenha dito: “Tam­bém tu esta­vas com Jesus, o Gali­leu”. Cer­ta­men­te essa foi uma afir­ma­ção sar­cás­ti­ca, sig­ni­fi­can­do que Jesus era ape­nas um sujei­to que vivia entre os des­pre­zí­veis gen­ti­os habi­tan­tes da região da Galileia.

É mara­vi­lho­so que o Sal­va­dor da huma­ni­da­de tenha nas­ci­do e vivi­do não entre os reli­gi­o­sos, mas entres aque­les que eram con­si­de­ra­dos os mais des­pre­zí­veis e menos dig­nos de honra.

É mara­vi­lho­so notar esse Jesus que veio para “os que eram Seus” (os judeus), viven­do exa­ta­men­te entre os gen­ti­os, que não eram con­si­de­ra­dos dig­nos pelos Seus. Agin­do assim, Ele per­mi­tiu que os menos pro­vá­veis se tor­nas­sem par­te da famí­lia de Deus.

Que tre­men­do desa­fio para a Igre­ja – cor­po de Cris­to! O desa­fio de viver e minis­trar no meio dos (apa­ren­te­men­te) menos dig­nos, de tal for­ma que eles/elas pos­sam tam­bém fazer par­te da famí­lia de Deus!

Esse é o nos­so desa­fio urgente.
Pelo Bis­po João Car­los Peres, da 3ª. Região Eclesiástica

3 Replies to “Jesus, o Galileu”

  1. Amei o estu­do con­teú­do impor­tan­te e mui­to edi­fi­can­te para­béns QUE O SENHOR CONTINUE ABENÇOANDO

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