Grow up time

Quan­do eu era meni­no, fala­va como meni­no, sen­tia como meni­no, pen­sa­va como meni­no; quan­do che­guei a ser homem, desis­ti das coi­sas pró­pri­as de meni­no” (1 Co 13:11).

Fui eu, numa tar­de de sex­ta-fei­ra, bus­car meu filho na esco­la. Para­da num farol ver­me­lho, olhei pela jane­la do car­ro e obser­vei três ado­les­cen­tes do outro lado da rua rin­do alto e pulan­do um em cima do outro. Acre­di­to, pela apa­rên­cia que deve­ri­am ter entre 16 e 17 anos, mas as apa­rên­ci­as enga­nam não é mes­mo? Fiquei um pou­co ansi­o­sa (ou seria melhor dizer ner­vo­sa) quan­do um deles resol­veu atra­ves­sar a rua sal­tan­do em cima do outro e qua­se jogan­do o ami­go ao chão. Enfim, minha ansi­e­da­de (ou ner­vo­sis­mo) pas­sou quan­do pen­sei: “É bem assim! São ado­les­cen­tes! Estão se divertindo!”.

Logo pas­sei a pen­sar em minha pró­pria vida. Como minha ado­les­cên­cia pas­sou rápi­do! Hoje sou espo­sa, mãe, pas­to­ra, pro­fes­so­ra e uma infi­ni­da­de de outras coi­sas. Gos­ta­va mui­to de me diver­tir na ado­les­cên­cia. Come­ti incon­sequên­ci­as, con­fes­so, mas cres­ci! E o fato de cres­cer (não em tama­nho, é ver­da­de), ou melhor, o fato de enve­lhe­cer me pro­por­ci­o­nou expe­ri­ên­ci­as que me pos­si­bi­li­ta­ram ama­du­re­cer. Hoje, jamais, atra­ves­sa­ria uma rua sal­tan­do em cima de outra pes­soa. Não, não é por que fiquei care­ta ou me tor­nei uma pes­soa embur­ra­da. Sim­ples­men­te, com­pre­en­do ago­ra as con­sequên­ci­as que tal ati­tu­de pode­ria gerar. O fato é que há um tem­po de cres­cer (grow up time)!

Um ins­tan­te num farol me lem­brou as sábi­as pala­vras de Pau­lo aos corín­ti­os, aler­tan­do-os de que era pre­ci­so cres­cer, era pre­ci­so ama­du­re­cer; dei­xar as picui­nhas e melin­dres quan­to aos dons e pros­se­guir no cres­ci­men­to e ama­du­re­ci­men­to do amor. Sau­da­des nos­tál­gi­cas de um tem­po bom que não vol­ta mais é algo gos­to­so de sen­tir, mas cres­cer, enve­lhe­cer, sem ama­du­re­cer e con­ti­nu­ar com ati­tu­des de ado­les­cen­te não é sau­dá­vel para nos­sas vidas. O autor de Ecle­si­as­tes dis­se que há tem­po para todas as coi­sas (Ec 3).

Per­ce­bo em nos­so meio (den­tro e fora da igre­ja) pes­so­as que não que­rem ou não se per­mi­tem ama­du­re­cer, assu­mir res­pon­sa­bi­li­da­des, assu­mir as con­sequên­ci­as de suas esco­lhas; ao enfren­tar desa­fi­os, cho­ram como cri­an­ças mima­das e não têm for­ças para ultrapassá-los.

Pre­ci­sa­mos “desis­tir das coi­sas pró­pri­as de meni­no”, como nos ensi­na Pau­lo, e pedir a Deus for­ças para viver­mos os desa­fi­os do dia a dia. Pode­mos con­ti­nu­ar com uma ale­gria con­ta­gi­an­te sem neces­sa­ri­a­men­te agir infan­til­men­te. Desis­tir das coi­sas de meni­no repre­sen­ta, sobre­tu­do, assu­mir res­pon­sa­bi­li­da­des e medir as con­sequên­ci­as das pró­pri­as pala­vras e ações; sig­ni­fi­ca fazer esco­lhas e arcar com o des­fe­cho delas.

Eu sei, não é fácil! Mas por isso con­ta­mos com a pre­sen­ça gra­ci­o­sa do Espí­ri­to San­to para nos ori­en­tar. Jesus em Suas pala­vras de con­for­to aos dis­cí­pu­los dis­se: “Isto tenho dito, estan­do ain­da con­vos­co; mas o Con­so­la­dor, o Espí­ri­to San­to, a quem o Pai envi­a­rá em meu nome, esse vos ensi­na­rá todas as coi­sas e vos fará lem­brar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14:26).

Às vezes, temos medo de assu­mir res­pon­sa­bi­li­da­des por­que não sabe­mos o que nos espe­ra à fren­te. Jus­ta­men­te para isso temos a for­ça e a pre­sen­ça de Deus conos­co (Jo 14:16). Não que­ro aqui trans­pa­re­cer que ado­les­cen­tes são em tudo irres­pon­sá­veis, de for­ma nenhu­ma! A ado­les­cên­cia é uma fase incrí­vel da vida, deven­do ser des­fru­ta­da com ale­gria e apro­vei­ta­da da manei­ra cor­re­ta. Se assim for, con­tri­bui­rá para a for­ma­ção de um(a) adulto(a) sau­dá­vel e corajoso(a) para enfren­tar a vida que segue.

Cada fase da vida tem os seus desa­fi­os e a sua bele­za e em todas elas con­ta­mos com a mara­vi­lho­sa gra­ça de Deus para pros­se­guir. Por isso, não pre­ci­sa­mos ter medo de crescer!

Pra. Laura

Que pos­sa­mos cres­cer e ama­du­re­cer em Cris­to Jesus!
Pas­to­ra Lau­ra Valentin

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