Eu quero morrer!”

Esta fra­se é mui­to pesa­da e, infe­liz­men­te, nós a temos ouvi­do mais do que gos­ta­ría­mos ou do que pode­ría­mos achar nor­mal, se é que isso é pos­sí­vel. Mas o que leva alguém a dizer tal coi­sa? O que faz algu­mas pes­so­as acha­rem que o melhor que pode lhes acon­te­cer é a morte?

São mui­tas as cau­sas que podem levar alguém a achar que é melhor abrir mão de sua vida: per­das, decep­ções, frus­tra­ções, sofri­men­tos, dúvi­das… Mui­tas vezes nos depa­ra­mos com pes­so­as que vivem em ver­da­dei­ro esta­do de mor­te. Sua vida está cer­ca­da de sinais de mor­te, de deses­pe­ran­ça e de des­gra­ça — ausên­cia da Gra­ça. Para tais pes­so­as, a mor­te seria o mes­mo que ate­nu­ar sua dor, a der­ra­dei­ra chan­ce de viver algo em ple­ni­tu­de, ain­da que seja a pró­pria morte.

Inva­ri­a­vel­men­te fica­mos atô­ni­tos e nos sen­ti­mos impo­ten­tes dian­te de pes­so­as que nos dizem que que­rem mor­rer e, quan­do menos espe­ra­mos, nos pega­mos repro­van­do essas pes­so­as, pois o sen­so comum nos diz que de modo algum deve­mos que­rer a pró­pria mor­te. E, de cer­ta for­ma, isso real­men­te está cor­re­to, uma vez que Deus é o senhor da vida.

Pode­mos tam­bém con­si­de­rar nes­sa situ­a­ção aque­les ido­sos que che­gam a um pon­to de suas vidas em que enten­dem que já cum­pri­ram sua car­rei­ra e, ain­da que não quei­ram mor­rer, já se sen­tem pre­pa­ra­dos para serem reco­lhi­dos. Con­fes­so que admi­ro irmãos e irmãs que têm tama­nha matu­ri­da­de, cons­ci­ên­cia e fé, a pon­to de dize­rem isso a Deus. Mas, quan­do ouvi­mos um ado­les­cen­te, um jovem casa­do, uma mulher no auge de sua vida dizer que quer mor­rer, isso nos cau­sa assombro.

Qual é o pro­ble­ma com essas pes­so­as? Há mui­tas variá­veis, entre elas ques­tões físi­cas, emo­ci­o­nais ou cir­cuns­tan­ci­ais. Mas o que mais deve nos pre­o­cu­pa é a ques­tão espi­ri­tu­al, pois uma pes­soa que dese­ja mor­rer pro­va­vel­men­te já está mor­ta espi­ri­tu­al­men­te. A mor­te físi­ca seria ape­nas a com­ple­men­ta­ção ou con­cre­ti­za­ção exte­ri­or ou físi­ca de algo que den­tro dela já é uma tris­te rea­li­da­de. Pes­so­as nes­sas con­di­ções ain­da não conhe­cem ou, se conhe­cem, ain­da não com­pre­en­de­ram a pro­pos­ta liber­ta­do­ra de uma vida abun­dan­te para aque­les que cami­nham com o Senhor, abun­dân­cia que se vive a par­tir de uma nova vida em Cris­to Jesus. N’Ele, nos­sa vida ganha sen­ti­do, valor e pro­pó­si­to, indo além da limi­ta­ção tem­po­ral, pois e tor­na eter­na e, por isso, abundante!

Jesus sina­li­za uma úni­ca pos­si­bi­li­da­de de se per­der a vida, que é a de entre­gá-la a Ele. Quem qui­ser ganhar a ver­da­dei­ra vida deve abrir mão des­sa exis­tên­cia pas­sa­gei­ra e ter­re­na em favor de uma vida eter­na e celes­ti­al. E a gran­de mara­vi­lha des­sa pro­pos­ta é o fato de que já pode­mos des­fru­tar da vida eter­na a par­tir do exa­to momen­to em que opta­mos por entre­gar nos­sa vida ao Senhor que a deu para nós.

Pre­ci­sa­mos crer que Deus pode liber­tar aqueles(as) que estão presos(as) pelos laços da mor­te e então anun­ci­ar essa men­sa­gem de cura, de res­tau­ra­ção e de liber­ta­ção da alma, do cor­po e do espí­ri­to dos cati­vos e oprimidos.

Pr Tiago Valentim

Com cari­nho e esti­ma pastoral,
Pr. Tia­go Valentin

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