Em tudo, dai graças!

ação de graças

A Pri­mei­ra Ação de Gra­ças” (1915),
por Jean Louis Gero­me Ferris

Em tudo, dai gra­ças, por­que esta é a von­ta­de de Deus em Cris­to Jesus para con­vos­co” (1 Ts 5:18).

Na últi­ma quin­ta-fei­ra (23/11), cele­bra­mos o Dia de Ação de Gra­ças. A pri­mei­ra come­mo­ra­ção des­sa fes­ta na his­tó­ria foi na cida­de de Ply­mouth, em Mas­sa­chu­setts (EUA), pelos colo­nos que fun­da­ram a vila em 1620. Depois de pés­si­mas colhei­tas e um inver­no rigo­ro­so, eles tive­ram uma boa safra de milho no verão de 1621. Por ordem do gover­na­dor da vila, em home­na­gem ao pro­gres­so des­sa colhei­ta em rela­ção às dos anos ante­ri­o­res, uma fes­ti­vi­da­de foi mar­ca­da no iní­cio do outo­no de 1621 para dar gra­ças a Deus pela abun­dân­cia daque­le ano. E assim cri­ou-se a tra­di­ção de reser­var uma data para agra­de­cer a Deus por todas as Suas bên­çãos. Em 1863, Abraham Lin­coln, então pre­si­den­te dos EUA, ins­ti­tuiu por lei a quar­ta quin­ta-fei­ra de novem­bro para a festividade.

Para nós, meto­dis­tas, essa cele­bra­ção ganhou novos con­tor­nos: além de agra­de­cer­mos a Deus por tudo o que Ele tem fei­to por nós, dis­po­mo-nos a aben­ço­ar outras vidas, ten­do em vis­ta que o Senhor já nos tem abençoado.

A gra­ti­dão é um tema ampla­men­te abor­da­do na Pala­vra de Deus e o após­to­lo Pau­lo pro­põe um desa­fio de extre­ma gran­de­za: “Em tudo, dai gra­ças”. Ou seja, deve­mos agra­de­cer a Deus por todas as coisas.

O exer­cí­cio que faze­mos no Dia de Ação de Gra­ças é mui­to vali­o­so e neces­sá­rio para a nos­sa cami­nha­da de fé. Mui­tas vezes não temos tem­po, dis­cer­ni­men­to ou dis­po­si­ção para parar e reco­nhe­cer tan­tas coi­sas boas que o Senhor nos tem ofe­re­ci­do e per­mi­ti­do viven­ci­ar. Se fôs­se­mos con­ta­bi­li­zar quan­to tem­po gas­ta­mos recla­man­do da vida, das coi­sas, das pes­so­as, de tudo, e quan­to tem­po inves­ti­mos reco­nhe­cen­do as bên­çãos de Deus e agra­de­cen­do por elas, per­ce­be­ría­mos que há um gran­de dese­qui­lí­brio, ten­den­do para a murmuração.

Aqui cabe fazer um escla­re­ci­men­to impor­tan­te: mur­mu­rar é recla­mar sem espe­ran­ça e sem con­fi­an­ça de que Deus pode mudar qual­quer situ­a­ção; lamen­tar é apre­sen­tar a Deus nos­sas lutas e difi­cul­da­des cren­do que Ele está no con­tro­le de tudo e pode rever­ter qual­quer quadro.

Mas Pau­lo não desa­fia a igre­ja em Tes­salô­ni­ca e a todos nós a agra­de­cer ape­nas o que vive­mos de bom em nos­sa vida, mas a agra­de­cer por tudo. E, quan­do dize­mos “tudo”, deve­mos incluir as coi­sas que nos desa­gra­dam. Eis aí o gran­de desa­fio: agra­de­cer a Deus inclu­si­ve pelas lutas que passamos.

O que o após­to­lo pro­põe não é um maso­quis­mo reli­gi­o­so, pelo qual deve­ría­mos agra­de­cer, por exem­plo, por estar­mos enfer­mos, por per­der­mos alguém ou por ficar­mos desem­pre­ga­dos; o ato de agra­de­cer a Deus pelas coi­sas desa­gra­dá­veis deve ser no sen­ti­do de que, “ape­sar delas”, cre­mos que Deus está conos­co, cui­dan­do das nos­sas vidas e no con­tro­le de todas as circunstâncias.

Ou seja, agra­de­ce­mos a Deus por saber que Ele sem­pre está ao nos­so lado: “Ain­da que eu ande pelo vale da som­bra da mor­te, não teme­rei mal nenhum, por­que tu estás comi­go” (Sl 23:4a); agra­de­ce­mos a Ele por­que com­pre­en­de­mos que todas as situ­a­ções que pas­sa­mos, boas ou ruins, são para a nos­sa edi­fi­ca­ção: “Sabe­mos que todas as coi­sas coo­pe­ram para o bem daque­les que amam a Deus” (Rm 8:28a).

Com cari­nho esti­ma pastoral,

Pr Tiago Valentim

Pr. Tia­go Valentin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.