Em busca da Estrela da Manhã

Era uma noi­te enlu­a­ra­da cheia de nuvens como nove­los de lã. Escon­di­das no meio delas, esta­vam qua­se todas as estre­las do céu.

Uma reu­nião foi con­vo­ca­da, pois sur­giu entre as estre­las um boa­to de que uma gran­de e nova estre­la havia apa­re­ci­do e se escon­di­do na galá­xia. Nenhu­ma das gran­des estre­las do céu sabia como era ela, ape­nas que seu nome era Estre­la da Manhã.

No meio de tan­tas estre­las, o exér­ci­to das Estre­las Bri­lhan­tes foi con­vo­ca­do para encon­trar essa “nova” estre­la. Seu gene­ral, Estre­la Major, como bom coman­dan­te, recru­tou seus sol­da­dos este­la­res mais efi­ci­en­tes para lhes pas­sar a mis­são. Eram esses os seus nomes: Pis­ca-Pis­ca, Ilu­mi­na­da, Radi­an­te e Dourada.

De todas as estre­las, essas eram as mais capa­ci­ta­das para cor­rer em bus­ca des­sa tal “Estre­la da Manhã”. O senhor gene­ral Estre­la Major, dian­te das estre­las recru­ta­das, exclamou:

— Essa é uma gran­de mis­são que a nós foi con­fi­a­da e não sabe­mos que peri­gos apa­re­ce­rão. Alguém terá de ir à Ter­ra. Por isso, ouçam ago­ra com aten­ção o que vou lhes per­gun­tar: qual de vocês irá a Estre­la da Manhã capturar?

A estre­la Pis­ca-Pis­ca, de medo, come­çou a falhar; a Ilu­mi­na­da, engas­ga­da, pen­sou em des­mai­ar; a Dou­ra­da na mes­ma hora parou de bri­lhar. A úni­ca estre­la que per­ma­ne­ceu de pé foi a Radi­an­te. Com isso, o gene­ral Estre­la Major determinou:

— Vejo que Radi­an­te, cora­jo­sa como sem­pre foi, irá adi­an­te com nos­sa mis­são e vol­ta­rá para o céu com a Estre­la da Manhã. Vivas para a Radiante!

A estre­la Radi­an­te, con­fu­sa ain­da com tan­ta infor­ma­ção, só sabia que teria de ir à Ter­ra pro­cu­rar pela Estre­la da Manhã. Vári­os equi­pa­men­tos lhe foram entre­gues, den­tre eles um apa­re­lho comu­ni­ca­dor, para que, assim que a Estre­la da Manhã fos­se encon­tra­da, o senhor gene­ral Estre­la Major fos­se avi­sa­do. Radi­an­te foi des­pe­di­da do céu com fes­ta. Suas estre­las irmãs depo­si­ta­ram nela a espe­ran­ça de que essa nova estre­la, apa­ren­te­men­te per­di­da, fos­se de todas conhecida.

A estre­la Radi­an­te cami­nhou adi­an­te e, já bem lon­ge, indagou:

— Quais são mes­mo os peri­gos que pos­so enfrentar?

Sem saber em que dire­ção ir, Radi­an­te, na velo­ci­da­de da luz, resol­veu par­tir. E qual não foi sua sur­pre­sa quan­do parou exa­ta­men­te na Ter­ra. A noi­te escu­ra cobria as cida­des. No entan­to, do alto, Radi­an­te avis­tou um casal e um bur­ri­nho que vaga­vam pela madru­ga­da. Ela nun­ca havia vis­to pes­so­as tão de per­to. Curi­o­sa como ela só, ficou pre­o­cu­pa­da com aque­le casal, espe­ci­al­men­te quan­do per­ce­beu que a mulher em cima do bur­ri­nho esta­va grá­vi­da. Essa estre­la curi­o­sa esque­ceu-se de sua mis­são e pas­sou a seguir o casal no rumo em que esta­va indo.

Já a manhã che­ga­va e Radi­an­te de repen­te per­ce­beu que três reis magos a obser­va­vam e segui­am o mes­mo cami­nho que o seu. Ela logo se pre­o­cu­pou, lem­bran­do-se de sua mis­são. Levou um sus­to quan­do seu celu­lar galác­ti­co tocou:

— Alô! — dis­se Radi­an­te assustada.

— Como está a mis­são? — per­gun­tou o gene­ral Estre­la Major.

— Acho que estou sen­do segui­da! — cochi­chou a estre­la Radiante.

— O quê? — gri­tou o gene­ral. — Como isso foi acontecer?

Radi­an­te ame­dron­ta­da con­tou-lhe que, por curi­o­si­da­de, come­ça­ra a acom­pa­nhar aque­le casal e, quan­do dera por si, já esta­va sen­do segui­da. O gene­ral Estre­la Major, com toda a expe­ri­ên­cia que pos­suía, ori­en­tou Radi­an­te a con­ti­nu­ar atrás do casal, pois pelo menos assim des­co­bri­ria aon­de aque­les três reis magos chegariam.

Um tan­to quan­to com medo, Radi­an­te dis­se sim ao gene­ral e deu sequên­cia à mis­são. Cami­nhou o dia todo atrás do casal e até seus nomes escu­tou. O homem se cha­ma­va José e a mulher, Maria. Logo atrás, per­sis­tin­do em segui-la, esta­vam os três reis magos. Radi­an­te come­çou a ficar pre­o­cu­pa­da, pois ain­da tinha que con­cluir sua mis­são e, até o momen­to, nada de achar a Estre­la da Manhã.

A noi­te foi che­gan­do, Radi­an­te foi se can­san­do e ficou mui­to ale­gre quan­do José e Maria resol­ve­ram parar para des­can­sar. A úni­ca coi­sa que a pre­o­cu­pa­va era que aque­les três reis magos não para­vam de se aproximar.

Após um ins­tan­te de desa­ten­ção, Radi­an­te notou que não havia lugar para aque­le casal se hos­pe­dar. De curi­o­sa, apro­xi­mou-se um pou­co mais e…

… Qual não foi sua sur­pre­sa quan­do per­ce­beu que aque­la mulher, Maria, esta­va qua­se a ganhar seu bebê.

Cor­re-cor­re! Radi­an­te bri­lhou no céu. José, espo­so de Maria, encon­trou uma estre­ba­ria e, no meio dos ani­mais, aque­le neném nasceu.

Mara­vi­lha­da com a cena, Radi­an­te nem per­ce­beu quan­do seus segui­do­res, os três reis magos, che­ga­ram até aque­la estre­ba­ria. Um deles, ao se apro­xi­mar do bebê, dis­se em alto e bom som:

— Eis a Estre­la da Manhã! Jesus, o filho de Deus!

Radi­an­te engas­gou-se, sua luz falhou e ela qua­se des­mai­ou. Não esta­va acre­di­tan­do que, numa sim­ples man­je­dou­ra, encon­tra­ria a estre­la que tan­to procurara.

Rapi­da­men­te, do seu tele­fo­ne galác­ti­co, Radi­an­te con­tou ao general:

— Um meni­no nos nas­ceu, um filho se nos deu; e esse bebê é a Estre­la da Manhã! Quem o encon­trar jamais mor­re­rá. Bri­lha­rá eternamente!

Radi­an­te cum­priu sua mis­são e Jesus nas­ceu em seu coração.

Pra. Laura

Pra. Lau­ra Rocha Cos­ta Valentin

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