Dê mais uma chance

Você conhe­ce pes­so­as impla­cá­veis? Quem sabe, você mes­mo é assim, não? Uma pes­soa impla­cá­vel nos seus rela­ci­o­na­men­tos é aque­la que é dura e infle­xí­vel dian­te de um desa­jus­te. Ou seja, ela dá um voto de con­fi­an­ça, mas, se o outro ou a outra pisa no seu calo, não tem per­dão e toda con­fi­an­ça é des­fei­ta. Não exis­te segun­da chance.

É cer­to que, na nos­sa vida, vez ou outra somos impla­cá­veis, apli­can­do nos­so sen­so de jus­ti­ça pes­so­al e atri­buin­do con­de­na­ção e aban­do­no a quem pisou na bola conos­co. Mas há tam­bém aque­les que ado­tam ati­tu­des duras como um esti­lo de vida, agin­do com rigi­dez em toda e qual­quer situação.

Quan­do pen­sa­mos na for­ma como Deus se rela­ci­o­na conos­co, sem­pre fica­mos sur­pre­sos, pois o que Ele faz para cada um de nós nada mais é do que nos dar, todos os dias – e, por que não dizer, todos os minu­tos –, uma nova chan­ce de obe­de­cê-lo, de agra­dá-lo, de nos afas­tar­mos do mal e de fazer­mos o bem. Deus foi, por meio de Jesus, impla­cá­vel com o peca­do. E con­ti­nua sen­do até hoje. Ele não nego­cia, não rela­ti­vi­za, não dis­cu­te. O que nos afas­ta d’Ele é o peca­do, e isso não muda­rá. Já com o(a) pecador(a), Ele sem­pre agiu e agi­rá com gra­ça e mise­ri­cór­dia, dan­do-lhe novas opor­tu­ni­da­des, novas chan­ces de se rea­pro­xi­mar d’Ele.

O após­to­lo Pedro que­ria saber de Jesus quan­tas chan­ces deve­ria dar a alguém que o tives­se ofen­di­do. O dis­cí­pu­lo esta­va per­gun­tan­do ao Mes­tre algo mui­to sério. Se hou­ves­se uma lis­ta que clas­si­fi­cas­se a gra­vi­da­de de peca­dos, a ofen­sa esta­ria no topo da lis­ta de Pedro, pois, para um judeu, a ofen­sa feria dire­ta­men­te sua hon­ra, algo de gran­de valor para ele. Por­tan­to, Pedro per­gun­tou, mas, de cer­ta for­ma, tam­bém se jus­ti­fi­cou, meio que dizen­do: “Olha, Mes­tre, é um caso mui­to gra­ve. Não é qual­quer boba­gem. O Senhor tem cer­te­za de que meu ini­mi­go mere­ce uma nova chan­ce?”. A res­pos­ta de Jesus foi cate­gó­ri­ca e inequí­vo­ca: “Deve­mos per­do­ar não ape­nas sete vezes, mas seten­ta vezes sete”. Em outras pala­vras: “Per­doe infinitamente!”.

Quan­tas chan­ces Deus já deu a você? Pois é, não somos capa­zes de con­tá-las. Deus deci­diu, na eter­ni­da­de, nos amar, nos per­do­ar e nos dar quan­tas chan­ces forem neces­sá­ri­as. Assim, somos con­vi­da­dos a pro­ce­der da mes­ma for­ma, a dar uma nova chan­ce, a agir pela gra­ça, e não pela lei.

Pre­ci­sa­mos ser menos jus­ti­cei­ros e impla­cá­veis, pois, pela lógi­ca e huma­na­men­te falan­do, Deus não pre­ci­sa­ria nos dar uma segun­da chan­ce. No entan­to, sabe­mos que Ele nos con­ce­de não ape­nas a segun­da chan­ce, mas infi­ni­tas outras. Pen­so que deve­mos bus­car ser mais pare­ci­dos com Ele e dar a segun­da, a ter­cei­ra, a quar­ta chan­ce a quem nos fere.

Do ami­go e pastor,

Pr Tiago Valentim

Rev. Tia­go Valentin

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