Antes e depois de Jobs?

O calen­dá­rio que segui­mos no Oci­den­te foi defi­ni­do pelo Impé­rio Roma­no toman­do como base o nas­ci­men­to de Cris­to, sur­gin­do então o que os his­to­ri­a­do­res cha­mam de Era Cris­tã. O tem­po ficou divi­di­do entre antes de depois de Cris­to, ou a.C. e d.C. No últi­mo dia 5 de outu­bro, o inven­tor e empre­sá­rio ame­ri­ca­no Ste­ve Jobs fale­ceu, víti­ma de um cân­cer. Tido por mui­tos como um gênio da tec­no­lo­gia da infor­ma­ção, sua mor­te teve gran­de impac­to no mun­do ciber­né­ti­co e no mun­do dos negó­ci­os. A notí­cia de seu fale­ci­men­to foi ampla­men­te divul­ga­da e comen­ta­da nos mais dife­ren­tes mei­os de comu­ni­ca­ção, espe­ci­al­men­te pelos ins­tru­men­tos de inte­ra­ti­vi­da­de glo­bal. Den­tro des­se con­tex­to, uma jor­na­lis­ta fez um comen­tá­rio que pode­mos clas­si­fi­car como no míni­mo infe­liz. Ela dis­se: “Pode­mos afir­mar que o mun­do se divi­de em antes e depois de Jobs”.

Sem dúvi­da, foi impró­prio, ina­de­qua­do e incon­ve­ni­en­te fazer indi­re­ta­men­te essa com­pa­ra­ção entre o impac­to que Cris­to exer­ceu sobre a His­tó­ria e o de Jobs. Há mui­tas ques­tões que desau­to­ri­zam tal com­pa­ra­ção. Pen­se­mos, por exem­plo, nos fei­tos que ambos rea­li­za­ram. Jobs obte­ve par­te do seu reco­nhe­ci­men­to por cau­sa de sua capa­ci­da­de de ino­var. E quan­to a Cris­to? Jesus não tinha como foco tra­zer ino­va­ções para o Seu tem­po ou para tem­pos futu­ros. Ele pró­prio dis­se: “Não pen­seis que vim revo­gar a Lei ou os Pro­fe­tas; não vim para revo­gar, vim para cum­prir” (Mt. 5.17).

Jobs tam­bém era mui­to admi­ra­do por ter cons­truí­do um gran­de impé­rio. A empre­sa pre­si­di­da por ele foi con­si­de­ra­da a mais ren­tá­vel dos últi­mos tem­pos. Já Jesus nas­ceu e mor­reu pobre: “As rapo­sas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde recli­nar a cabe­ça” (Mt. 8.20). Jobs, em apro­xi­ma­da­men­te duas déca­das, fez sua mar­ca e seus pro­du­tos alcan­ça­rem a mar­gem dos bilhões, em anún­ci­os, ven­das e cli­en­tes, enquan­to Jesus, em três rápi­dos anos, con­se­guiu agre­gar ape­nas algu­mas cen­te­nas de segui­do­res: “A sea­ra, na ver­da­de, é gran­de, mas os tra­ba­lha­do­res são pou­cos” (Mt. 9.37).

Bem, tal­vez a jor­na­lis­ta esti­ves­se cer­ta, se não fos­se por um “deta­lhe”: Jobs não foi cru­ci­fi­ca­do por cau­sa dos peca­dos de toda a huma­ni­da­de, nem saiu do seu túmu­lo com um cor­po glo­ri­fi­ca­do, três dias depois de sua mor­te; ele sim­ples­men­te, e infe­liz­men­te, mor­reu por con­ta de uma enfermidade.

A his­tó­ria da huma­ni­da­de é divi­di­da em antes e depois de Cris­to por­que Ele mor­reu para nos sal­var e, como se não fos­se sufi­ci­en­te, res­sus­ci­tou ao ter­cei­ro dia! Isso faz d’Ele alguém incom­pa­rá­vel. Quan­to a Jobs, o que ele fez pela huma­ni­da­de outros pode­ri­am fazer. Den­tro de não mui­to tem­po, cer­ta­men­te alguém irá supe­rar seus fei­tos. E, mais impor­tan­te, de onde está ago­ra, ele não pode fazer mais nada. A obra de Cris­to, porém, é inde­lé­vel, insu­pe­rá­vel e dura­rá para a eternidade.

Alguns, ao conhe­ce­rem as cri­a­ções de Jobs, pas­sa­ram a se comu­ni­car e a se rela­ci­o­nar com os outros de manei­ra dife­ren­te. Mas quem conhe­ce Jesus pas­sa a viver de manei­ra diferente!

Pr Tiago Valentim

Com cari­nho e esti­ma pastoral,
Pr. Tia­go Valentin

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