Advento, tarefa impossível: esperar o inesperado

Adven­to 2 “, por Stushie (2015)

Adven­to sig­ni­fi­ca vin­da, che­ga­da. No calen­dá­rio cris­tão, essa pala­vra desig­na o perío­do de qua­tro sema­nas que ante­ce­de o Natal. O Adven­to cris­tão tem dupla cono­ta­ção, pois pre­pa­ra o povo de Deus para recor­dar a vin­da do Sal­va­dor Jesus, nas­ci­do em Belém, e para pre­nun­ci­ar o Seu regres­so no Dia do Juí­zo, como Senhor e Cristo.

Como lem­bran­ça, é uma lin­da fes­ta de ani­ver­sá­rio pre­pa­ra­da com expec­ta­ti­va e cari­nho para come­mo­rar o nas­ci­men­to de Jesus. É oca­sião opor­tu­na para con­tar às novas gera­ções a mara­vi­lho­sa his­tó­ria do Natal de Jesus. É tam­bém oca­sião pro­pí­cia para recor­dar­mos e apro­fun­dar­mos nos­so conhe­ci­men­to sobre esse tão anti­go adven­to, mas acon­te­ci­men­to sem­pre ter­no e cheio de novidades.

Como pre­sen­ça, é o tem­po para que mui­tos, que ain­da não o fize­ram, pos­sam acei­tar o con­vi­te divi­no e dei­xar o Sal­va­dor nas­cer tam­bém no seu cora­ção. Para quem já expe­ri­men­tou esse novo nas­ci­men­to, é oca­sião para reno­var o com­pro­mis­so de encar­nar o pro­je­to do rei­no de Deus nos seus que­fa­ze­res diários.

Como espe­ran­ça, o Adven­to é o con­vi­te reno­va­do para que reer­ga­mos os olhos e con­tem­ple­mos, com fé, o hori­zon­te do novo mun­do de Deus. Mais do que con­tem­plar em espe­ran­ça, é‑nos dada a opor­tu­ni­da­de de reto­mar­mos o cami­nho para o encon­tro com Cris­to, sem­pre com os olhos fixos nas estre­las e os pés fir­mes na estrada.

O Natal de Jesus tem data mar­ca­da na folhi­nha: é sem­pre no dia 25 de dezem­bro; mas o Adven­to do Cris­to é de data incer­ta e impre­vis­ta. Os que abra­çam o Cris­to optam pelo Deus das sur­pre­sas. Nos­sos con­di­ci­o­na­men­tos pas­sa­dos não nos aju­dam a con­tro­lar os mis­té­ri­os divi­nos. O Deus de Jesus é impre­vi­sí­vel. Com Ele, “nada do que foi será do jei­to que já foi um dia”, nem no céu nem na Ter­ra. É por isso que cha­ma­mos o Seu rei­no de “o novo mun­do de Deus”.

O tex­to de Mateus 24:36 nos desa­fia a fazer­mos o impos­sí­vel: espe­rar o ines­pe­ra­do. “Nin­guém sabe nem o dia nem a hora em que estes céu e ter­ra pas­sa­rão. Nem os anjos do céu sabem dis­so, tam­pou­co o Filho de Deus o sabe, pois esta é infor­ma­ção con­fi­den­ci­al reser­va­da somen­te ao Pai.” “Por isso,” nos adver­te Jesus, “fiquem sem­pre aler­tas e vigi­lan­tes, pois o Filho do Homem che­ga­rá quan­do vocês menos espe­ram” (Mt 24:44).

Enquan­to isso, faça­mos nos­so tra­ba­lho, quer seja nas roças, quer seja nos moi­nhos da vida, de tal for­ma que, quan­do o dia do encon­tro com Cris­to che­gar, seja para nós moti­vo de júbi­lo e cer­te­za de dever cumprido.

Ore­mos: Deus ines­pe­ra­do, da jus­ti­ça e da paz, des­per­ta-nos, nes­te Adven­to, do sono e da apa­tia, da indi­fe­ren­ça e da insen­si­bi­li­da­de, da negli­gên­cia do amor e do entor­pe­ci­men­to da espe­ran­ça. Que pos­sa­mos abrir os olhos e erguer a cabe­ça em expec­ta­ti­va espe­ran­ço­sa pelo dia da vin­da do Senhor. Amém.

Por Luiz Car­los Ramos, pas­tor da Igre­ja Meto­dis­ta em Piras­su­nun­ga (SP)

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