A rede

Uma das gran­des vir­tu­des de uma igre­ja é o fato de ela ser uma comu­ni­da­de, um espa­ço em que se comun­ga a mes­ma fé, um lugar de inclu­são onde a gra­ça de Deus se mani­fes­ta a todos(as). A igre­ja pre­ci­sa neces­sa­ri­a­men­te ser um sinal visí­vel do Rei­no dos Céus aqui na Terra.

A comu­nhão faz da igre­ja um espa­ço dife­ren­ci­a­do dos demais que fre­quen­ta­mos no nos­so dia a dia, pois nela con­se­gui­mos, por meio do amor de Deus que nos é der­ra­ma­do, con­vi­ver e cami­nhar jun­tos com um mes­mo pro­pó­si­to. As dife­ren­ças entre seus mem­bros, sejam elas soci­ais, etá­ri­as ou de gêne­ro, não impe­dem a igre­ja de ser uma comu­ni­da­de, pois os laços, os elos que nos unem são fru­to da ação con­ci­li­a­do­ra do Senhor.

Tão impor­tan­te quan­to ser uma comu­ni­da­de é man­ter sua voca­ção. A igre­ja é um orga­nis­mo vivo, pois se cons­ti­tui de pes­so­as vivas e ati­vas, as quais pas­sam por situ­a­ções con­cre­tas que podem aba­lá-las ou deses­tru­tu­rá-las. E isso afe­ta dire­ta­men­te a rela­ção des­sas pes­so­as com a igre­ja, atin­gin­do con­se­quen­te­men­te a pró­pria igreja.

No tex­to da pes­ca mara­vi­lho­sa, obser­va­mos a pre­o­cu­pa­ção dos pes­ca­do­res em cui­dar das redes, con­for­me diz o tex­to: “Os pes­ca­do­res, haven­do desem­bar­ca­do, lava­vam as redes” (Lc 5:2b). Isso por­que, para rete­rem os pei­xes, as redes pre­ci­sa­vam estar con­ser­va­das e bem cui­da­das. Quan­do pen­sa­mos na rea­li­da­de da igre­ja, pode­mos tam­bém com­pa­rá-la com uma ampla rede de rela­ci­o­na­men­tos e elos cons­ti­tuí­dos pela comu­nhão. Assim como a rede de pes­ca, a da comu­nhão tam­bém pre­ci­sa ser con­ser­va­da e cui­da­da por todos que estão no barco.

A igre­ja não pode focar ape­nas em alcan­çar pes­so­as novas, esque­cen­do-se de quem já está na rede. Se essa rede não esti­ver fir­me, cer­ta­men­te quem já está nela e os que vie­rem vão esca­par e se des­vi­ar. Em outras pala­vras, a igre­ja, ou seja, cada um de nós, seus mem­bros, pre­ci­sa­mos cui­dar des­sa gran­de rede que é a comu­ni­da­de. Esse cui­da­do se dá por meio da aten­ção que dedi­ca­mos um aos outros, com expres­sões de soli­da­ri­e­da­de, com cari­nho e amor. Pre­ci­sa­mos expres­sar o amor de Deus a todos(as). E isso se faz com ati­tu­des sim­ples e con­cre­tas, como, por exem­plo, um tele­fo­ne­ma, uma visi­ta, uma con­ver­sa depois do culto.

Não pode­mos nos des­cui­dar daque­les que já fazem par­te da nos­sa igre­ja, pois isso, além de con­tra­di­zer a razão da exis­tên­cia da igre­ja, que é a comu­nhão, não tem lógi­ca. Afi­nal, se pes­car­mos dois pei­xes e per­de­mos um, nun­ca tere­mos um cres­ci­men­to expres­si­vo e saudável.

Que­re­mos fazer uma pes­ca mara­vi­lho­sa, em obe­di­ên­cia à Pala­vra de Deus, mas cada vida é essen­ci­al e insubs­ti­tuí­vel. Não acei­ta­mos a lógi­ca de Mamom que tem inva­di­do as igre­jas, segun­do a qual “não impor­ta se alguém está sain­do da igre­ja, pois outros dois estão che­gan­do”. Cre­mos e dese­ja­mos pra­ti­car a Pala­vra do Senhor da Igre­ja: “E a von­ta­de de quem me envi­ou é esta: que nenhum daque­les que o Pai me deu se per­ca” (Jo 6:39).

Pr Tiago Valentim

Do ami­go e pastor,
Pr. Tia­go Valentin

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