Discipulado e a doutrina da santidade

Como tam­bém nos ele­geu nele antes da fun­da­ção do mun­do, para que fôs­se­mos san­tos e irre­pre­en­sí­veis dian­te dele em amor” (Efé­si­os 1:4)

Deus dese­ja que você e eu seja­mos santos(as). Antes da fun­da­ção do mun­do, Ele esta­be­le­ceu o pro­pó­si­to de que você e eu fôs­se­mos santos(as) e irre­pre­en­sí­veis. O após­to­lo Pedro escre­ve: “Mas, como é san­to aque­le que vos cha­mou, sede vós tam­bém san­tos em toda a vos­sa manei­ra de viver” (1 Pd 1:15).

Nenhu­ma pes­soa que tra­te a Bíblia com seri­e­da­de pode igno­rar a impor­tân­cia do con­cei­to de san­ti­da­de. Em ter­mos prá­ti­cos, Jesus é o nos­so exem­plo. Em 1 Pedro 2:21, lemos: “Por­que para isto sois cha­ma­dos, pois tam­bém Cris­to pade­ceu por nós, dei­xan­do-nos o exem­plo, para que sigais as suas pisadas”.

O pro­ces­so de san­ti­fi­ca­ção come­ça em nós no momen­to em que nas­ce­mos de novo. Nos­so pas­sa­do é per­do­a­do e somos fei­tos novas cri­a­tu­ras: “Se alguém está em Cris­to…”. Cres­cer em san­ti­da­de é cres­cer na seme­lhan­ça com Jesus.

Daí a impor­tân­cia da dinâ­mi­ca do dis­ci­pu­la­do para uma vida de san­ti­da­de. “Dis­se Jesus a seus dis­cí­pu­los: Se alguém quer vir após mim, a si mes­mo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24).

Note que os reque­ri­men­tos de Jesus para o dis­ci­pu­la­do não com­par­ti­men­ta­li­zam a vida cris­tã. O con­cei­to de dis­ci­pu­la­do tra­ta a vida do(a) discípulo(a) como um todo. Ser discípulo(a) impli­ca em ren­di­ção de todas as áre­as da vida.

Há uma deci­são a ser toma­da (v.24). “Se alguém quer vir após mim…” Essa deci­são, que tem con­sequên­ci­as eter­nas, apre­sen­ta pelo menos três características:

É uma deci­são base­a­da no reco­nhe­ci­men­to da iden­ti­da­de de Jesus. Ele é o Mes­si­as, Ele é a úni­ca fon­te da ver­da­dei­ra vida, Ele é o Senhor e Ele é o úni­co cami­nho. É pre­ci­so reco­nhe­cer a auto­ri­da­de de Jesus, Seu direi­to de con­tro­lar todos os aspec­tos da nos­sa vida;

É uma deci­são base­a­da na acei­ta­ção do con­vi­te de Jesus. Ele não está dizen­do: “Ten­te me seguir por alguns dias para ver se você gos­ta”. O cha­ma­do d’Ele é para com­pro­mis­so total e definitivo.

É uma deci­são de se com­pro­me­ter com uma pes­soa. Não é com­pro­mis­so com um cre­do, uma deno­mi­na­ção, um cor­po dou­tri­ná­rio. Seguir a Jesus é seguir uma pes­soa – o filho de Deus, o Senhor da Igre­ja. Dis­ci­pu­la­do requer o esta­be­le­ci­men­to de um rela­ci­o­na­men­to pes­so­al com Jesus.

Há uma mor­te a ser expe­ri­men­ta­da (v.24). “A si mes­mo se negue…” A mor­te do ego é a cha­ve para se obter e man­ter uma vida de san­ti­da­de. Rejei­tar a cen­tra­li­da­de do ego tem a ver com uma mudan­ça radi­cal de ati­tu­de e moti­va­ção. Isso envol­ve, em pri­mei­ro lugar, a renún­cia da minha von­ta­de: “Se for pos­sí­vel, pas­sa de mim esse cáli­ce, porém, não seja a minha von­ta­de…” (Mt 26:39). Em segun­do lugar, envol­ve sub­mis­são à von­ta­de de Deus: “…Mas sim a sua vontade”.

Há um com­pro­mis­so a ser cum­pri­do (v.24). A ordem “siga-me” é um impe­ra­ti­vo pre­sen­te que suge­re uma ação con­tí­nua. Em pri­mei­ro lugar, seguir a Jesus é man­ter o foco. Dis­ci­pu­la­do requer que man­te­nha­mos os nos­sos olhos em Jesus, “olhan­do fir­me­men­te para o autor e con­su­ma­dor da fé”. Dis­ci­pu­la­do requer que cul­ti­ve­mos uma comu­nhão bem pró­xi­ma com Jesus. Mais do que nos­so mes­tre, Ele dese­ja ser nos­so ami­go. Ami­gos compartilham.

Nes­sa comu­nhão, Jesus com­par­ti­lha conos­co Seus pla­nos, Sua visão, não ape­nas para a nos­sa vida, mas para a nos­sa famí­lia, nos­sa igre­ja, nos­so país, o mun­do. O cha­ma­do para o dis­ci­pu­la­do é aber­to a todos(as). Não é um pro­gra­ma da igre­ja. É um desa­fio de Jesus.

E quem quer que deci­da vir a Jesus pre­ci­sa estar disposto(a) a cum­prir estas três con­di­ções: 1) negar-se a si mesmo(a); 2) tomar a cruz (dia após dia); e 3) seguir a Ele.

Bis­po João Car­los Lopes,
pre­si­den­te da 6ª Região Ecle­siás­ti­ca da Igre­ja Meto­dis­ta no Brasil

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