Não vou mais à igreja!”

“Não dei­xe­mos de con­gre­gar-nos, como é cos­tu­me de alguns” (Hb 10:25 a).

Fico ima­gi­nan­do se um dia isso real­men­te acon­te­ces­se. Um pas­tor pega o micro­fo­ne no domin­go à noi­te, com a igre­ja lota­da, e diz: “Não venho mais a esta igre­ja!”. Se não fos­se uma coi­sa trá­gi­ca, daria para dar mui­to risa­da. Ima­gi­nem o pas­tor de uma igre­ja dizen­do que não vem mais! Pare­ce uma coi­sa tão sim­ples, não é? Ele ape­nas resol­veu que vai se afas­tar da igre­ja. E o tris­te é que, para algu­mas pes­so­as, é sim­ples assim.

Mas o que leva alguém a se afas­tar da igre­ja? Os moti­vos são os mais vari­a­dos e cri­a­ti­vos. Como pas­tor, já ouvi alguns absur­dos, como, por exem­plo: “Não vou mais à igre­ja por­que tenho medo de minhas filhas serem seques­tra­das”; “Não vou mais à igre­ja por­que, quan­do come­cei a ir, pas­sei a ter pro­ble­mas finan­cei­ros”; “Não vou mais à igre­ja por­que alguém não me cum­pri­men­tou”. E a lis­ta segue com os mais vari­a­dos moti­vos que levam as pes­so­as ao se afas­ta­rem da igre­ja. Algu­mas ten­tam divi­ni­zar e sacra­li­zar sua moti­va­ção: “Deus me deu a visão de que eu teria de fru­ti­fi­car em outro lugar”; “Deus não me quer mais nes­ta igre­ja”; e por aí vai.

Bem, temos de fazer algu­mas con­si­de­ra­ções sobre esse tipo de com­por­ta­men­to. Pri­mei­ra­men­te, é pre­ci­so dei­xar cla­ro que o úni­co inte­res­sa­do em nos ver fora da igre­ja é o dia­bo. Ele pode até usar situ­a­ções ou outras pes­so­as para pro­vo­car a saí­da de alguém, mas, em últi­ma aná­li­se, é ele quem nos tira da igre­ja. Por­tan­to, quan­do alguém resol­ve se afas­tar ou sair da igre­ja, está fazen­do a von­ta­de do dia­bo. Logo, dizer que Deus o(a) man­dou sair da igre­ja é um con­tras­sen­so, aná­te­ma, mentira.

Em segun­do lugar, quan­do alguém se afas­ta ou sai da igre­ja, esse não é o pro­ble­ma em si, mas um sin­to­ma de algo mais sério e pro­fun­do. Ou seja, o afas­ta­men­to ou saí­da da igre­ja deno­ta que algo mais pre­o­cu­pan­te está acon­te­cen­do com a pes­soa. Cer­ta­men­te, o real pro­ble­ma é a sua fal­ta de fir­me­za e com­pro­mis­so com Deus, pois, se quem nos faz sair da igre­ja é o dia­bo, quem nos faz ficar é Deus e só Ele. Se não tiver­mos uma vida de inti­mi­da­de, bus­ca e con­sa­gra­ção a Deus, esta­re­mos mais sus­ce­tí­veis aos ata­ques de Sata­nás e qual­quer situ­a­ção será sufi­ci­en­te para moti­var nos­so afas­ta­men­to ou saí­da da igreja.

Geral­men­te, quem se afas­ta da igre­ja dese­ja com isso cha­mar a aten­ção para si, o que é um ris­co mui­to gran­de, pois, quan­do que­re­mos cha­mar mais a aten­ção das pes­so­as do que Jesus, algo erra­do está acon­te­cen­do. A Pala­vra é cla­ra em nos mos­trar que Deus não divi­de sua gló­ria com nin­guém. Por isso, sair da igre­ja para cha­mar a aten­ção do pas­tor ou de qual­quer outra pes­soa é um tiro no pé. O mai­or peri­go de dei­xar de con­gre­gar é que isso aca­ba se tor­nan­do algo tri­vi­al. E, de repen­te, aqui­lo que seria só por um domin­go vira dois; o que seria só por um mês vira três; o que era para ser um inci­den­te pas­sa­gei­ro tor­na-se permanente.

Não dei­xe de con­gre­gar, não dei­xe que o dia­bo o(a) enga­ne, não dei­xe de fazer par­te des­te cor­po. Sua vida é fun­da­men­tal para que haja vida para todos. Cada mem­bro do cor­po tem seu valor e impor­tân­cia, mas nin­guém é mais impor­tan­te do que a cabe­ça, que é Cristo.

Pr Tiago Valentim

Do ami­go e pastor,
Pr. Tia­go Valentin

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